Parece um gadget da ficção científica. Nos anos 60, de resto, o autor norte-americano Roger Zelazny tinha posto as personagens de O Senhor dos Sonhos a fazerem grandes viagens de automóvel sem terem de o conduzir. Na verdade, a imaginação do autor chega ao ponto de pôr um pastor alemão no assento da frente, aos ‘comandos’ de um carro.
Delírios à parte, um grupo de cientistas espanhóis já conseguiu pôr um carro a andar sozinho. Não foi fácil. Foram 15 anos de experiência com software de localização que a equipa teve de associar aos sistemas de locomoção da máquina. Mas, esta semana, deu-se o momento eureka – o carro, um pequeno Citroën rebaptizado como Platero, consegue reconhecer a sua posição com uma margem de erro de apenas 50 cm e distinguir estrada, passeio e obstáculos através de um sistema de visão artificial. O feito faz parte de um programa a que os cientistas chamam Autopia (junção de ‘automóvel’ com ‘utopia’).
E se este cenário de ficção científica não fosse suficiente, o grupo, de um centro tecnológico da Universidade Politécnica de Madrid, desenvolveu um software capaz de recriar o comportamento de um condutor humano melhorado (sem o vernáculo associado a determinadas situações na estrada) e de tomar decisões autónomas.
Nesta primeira experiência foi utilizado um carro-guia, este sim, conduzido por mão humana, que seguia à frente do Platero. Faltam alguns ajustes de pormenor ao sistema de GPS associado ao carro, com maior nível de detalhe das direcções a tomar.
E são estes ajustes, ainda complexos, que fazem a diferença quando se pensa na comercialização do veículo. É evidente o horizonte revolucionário que se proporciona: pessoas com deficiências, sem idade para tirar a carta, doentes acamados, entre outros, podem ser transportados por automóvel. Teresa de Pedro, responsável pelo projecto, não faz por menos: «O Platero é o futuro da condução», disse ao jornal espanhol Público.
fonte: Sol
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