quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Japoneses criam robô que pensa antes de actuar


Hasegawa e o robô humanóide

Um grupo de cientistas japoneses criou um robô inteligente. Ele é capaz de pensar, aprender e decidir como executar as tarefas. Os novos robôs atingem assim um patamar mais próximo do ser humano.

"A maioria dos robôs actuais são capazes de realizar tarefas pré-programadas, mas sabem muito pouco sobre o mundo real em que vivem os humanos. O nosso projecto é construir uma ponte entre o robô e o mundo real para que se comportem melhor quando entram em contacto com os homens", explica Osamu Hasegawa, professor associado do Instituto de Tecnologia de Tóquio.

Hasegawa foi o encarregado de desenhar um sistema que permite a um robô humanóide conhecer o meio envolvente e resolver os problemas que lhe aparecem.

O robô tem uma "rede neural incremental auto-organizada", ou seja, uma estrutura que lhe permite acumular e utilizar o conhecimento para "deduzir" como cumprir tarefas específicas num contexto particular. É capaz de reconhecer imagens e sons e reproduzir acções mediante a análise do meio envolvente.

Por exemplo, se ensinar ao robô como encher um copo de água, e se ele encontrar este copo em diversas circunstâncias e diferentes lugares, reconhecerá o objecto e adaptará os seus gestos ao meio em que está inserido.

Os robôs capazes de pensar antes de actuar também aprendem a pedir ajuda. Cada vez que se encontram perante uma tarefa que ainda não conhece ou domina, ele pede ajuda para se adaptar ao novo desafio.

Depois, tal como acontece com os humanos, o sistema do robô permite à máquina ignorar informação insignificante, que poderia confundi-lo. O humanóide é ainda capaz de localizar visualmente um objecto que deseja mesmo perante uma grande quantidade de objectos.

Para armazenar toda a informação, o robô utiliza a Internet.

"Há uma grande quantidade de dados disponíveis na Internet, mas actualmente, só os seres humanos fazem uso dela", disse o cientista que decidiu dar ao robô a possibilidade de ligar directamente o seu 'cérebro' à enorme base de conhecimento que é a Internet.

No futuro, o 'sistema neural artificial' da máquina poderá encontrar uma grande variedade de usos, não só para melhorar o rendimento em tempo real, mas também para dispor de uma maior capacidade de ajudar o homem nas suas tarefas diárias.

Contudo, levanta-se um problema ético e que o próprio cientista reconhece. Hasegawa aponta que se deve fazer uma reflexão sobre as tarefas requisitadas a estes robôs 'inteligentes', para que as suas acções não se voltem contra os seres humanos que as criaram, como ocorre no filme "2001: Odisseia no espaço".

O professor aponta como solução um debate com pessoas de diversas origens sobre o uso que se deve fazer destas tecnologias.

fonte: JN

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