Os dois primeiros satélites do sistema de navegação Galileo, já conhecido como o "GPS europeu", vão ser lançados na quinta-feira a partir da base espacial europeia de Kourou, na Guiana Francesa.
A operação, encarada como um marco para a história espacial europeia, será o primeiro passo para que em 2014 o sistema de navegação patrocinado por Bruxelas esteja operacional e a competir com os sistemas de navegação militares norte-americano (GPS) e russo (Glonass).
O programa Galileo, uma iniciativa conjunta da Comissão Europeia (CE) e da Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês), é um projecto de construção de um sistema civil de navegação por satélite, com cobertura mundial, baseado em 30 satélites.
O lançamento está previsto para as 07:34 (11:34 em Lisboa), segundo as informações disponibilizadas no 'site' da ESA.
O foguete Soyuz ST-B, uma versão actualizada da emblemática nave russa que transferiu a tripulação da estação russa MIR ou da Estação Espacial Internacional, será responsável por colocar os dois satélites em órbita, aproximadamente a 23 600 quilómetros de altitude.
O foguete Soyuz ST-B, uma versão actualizada da emblemática nave russa que transferiu a tripulação da estação russa MIR ou da Estação Espacial Internacional, será responsável por colocar os dois satélites em órbita, aproximadamente a 23 600 quilómetros de altitude.
A participação do Soyuz ST-B nesta operação, que será pela primeira vez lançado a partir de território europeu, marca um novo capítulo na cooperação espacial entre a Europa e a Rússia.
Outros dois satélites da "constelação" Galileo serão lançados em 2012.
A empresa Astrium Alemanha, filial do grupo aeronáutico europeu EADS, foi a responsável pela construção dos quatro primeiros exemplares do sistema.
Os restantes 26 satélites do sistema serão construídos pela também alemã OHB-System.
O sistema de navegação Galileo deu os primeiros passos em 1999 e chegou a estar seriamente ameaçado na sequência do fracasso das negociações com o sector privado, em 2007.
Os diversos atrasos fizeram disparar o custo total do programa, que já superou os 5.500 milhões de euros.
Em Janeiro passado, a CE anunciou que precisava de 1.9 milhões de euros adicionais para desenvolver o sistema entre 2014 e 2020, garantindo na mesma altura que os serviços do Galileo iam permitir poupar "até 90.000 milhões de euros".
Os parceiros europeus defenderam então que o novo sistema apresenta vantagens ao nível da gestão do transporte (aumento da segurança, agilização das operações), mas também para áreas como a agricultura, pesca, saúde ou na luta contra a imigração ilegal.
Além disso, a "actual dependência do sistema GPS levanta questões de natureza estratégica, uma vez que os sistemas utilizados não estão sob controlo europeu", explicou ainda a CE, citando sectores como a "política externa" ou a "segurança comum" dos 27 Estados-membros.
A prova da importância destes sistemas é o facto de a China estar também a desenvolver um sistema de navegação próprio, composto por 35 satélites.
Na quinta-feira, os satélites "PMF" e "FM2", como são designados pela ESA, vão transportar, entre outros elementos, "os melhores relógios atómicos alguma vez utilizados para navegação", descreveu a agência europeia, garantindo que os aparelhos têm "uma precisão de um segundo em três milhões de euros".
Cada satélite terá uma duração útil de 12 anos, referiu ainda a ESA, que irá transmitir o lançamento em direto a partir da sua página na Internet.
fonte: DN
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