Pode ser que — de momento — o risco de a humanidade ter que enfrentar um apocalipse zumbi exista apenas na ficção, mas, de acordo com um estudo, para alguns microrganismos o perigo de ser atacado por mortos-vivos é bastante real.
Segundo Emily Conover do portal Science Mag, a prata vem sendo usada na medicina há milhares de anos graças à sua potente ação antibacteriana. Conforme explicou, seu funcionamento baseia-se nos íões do metal que, além de perfurar as membranas das bactérias e provocar danos em seu interior, também se unem a componentes celulares essenciais — como o ADN, por exemplo —, evitando que os microrganismos realizem funções básicas.
Prata assassina
De acordo com Emily, apesar de a ação do elemento ser conhecida, o que não se sabia até recentemente é que a prata também pode transformar bactérias em zumbis e levá-las a aniquilar outras bactérias. Segundo disse, esse efeito foi observado quando um grupo de investigadores decidiu aplicar uma solução de nitrato de prata numa amostra de microrganismos da espécie Pseudomonas aeruginosa.
Pseudomonas aeruginosa
Depois de tratar os germes com a solução de prata, os cientistas removeram as bactérias mortas da solução e introduziram os “cadáveres” numa nova amostra contendo mais Pseudomonas aeruginosa. Foi então que os investigadores testemunharam uma verdadeira carnificina que resultou na matança de 99,9% dos microrganismos.
Os cientistas descobriram que as bactérias mortas funcionam como esponjas, sugando e armazenando nanopartículas de prata em seu interior. E quando elas são introduzidas em outro ambiente no qual existem germes que também atraem os iões de prata, o efeito pode ser devastador para os microrganismos.
Mortos-vivos
Os investigadores ainda descobriram que, quando a solução de nitrato de prata apresentava uma concentração mais baixa do elemento, depois da matança o material restante não era potente o suficiente para matar completamente uma nova leva de bactérias — indicando que os germes realmente absorvem o metal.
Por outro lado, quando a solução era mais concentrada, o líquido mantinha suas propriedades “assassinas” por mais de um uso — o que sugere que as bactérias da primeira leva não conseguiram absorver toda a prata. Curiosamente, esse mecanismo específico não era conhecido, e pode levar ao desenvolvimento de produtos antibacterianos com vida útil mais longa e para evitar a proliferação de germes, especialmente em ambientes hospitalares.
Além disso, a descoberta de que as bactérias podem ser transformadas em zumbis pode dar origem a substâncias de uso doméstico — enriquecidas com germes “ativamente mortos” — capazes de dizimar microrganismos, como produtos enriquecidos com prata para serem utilizados nas máquinas de lavar para desinfetar roupas, por exemplo.
fonte: Megacurioso
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