sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Alterações climáticas foram fatais para a civilização


As alterações climáticas, responsáveis por prolongadas secas na América Central nos séculos XI e XVI, foram fatais para a civilização dos Maias, concluem investigadores, num estudo publicado hoje na revista Science.

Para a investigação, citada pela agência noticiosa AFP, os especialistas reconstituíram os períodos de chuva e seca durante os últimos dois mil anos na região onde viviam os Maias, entre México, Belize, Guatemala e Honduras.

Os investigadores analisaram a composição química das estalagmites da gruta de Yok Balum, no Belize, localizada a 1,5 quilómetros do sítio arqueológico de Uxbenká e perto de outros locais com vestígios da civilização.

Já depois da invasão espanhola, a prolongada seca que ocorreu no México entre 1535 e 1575, e que provocou a fome, fornece um paralelo histórico documentado que suporta a análise das estalagmites da gruta de Yok Balum e o desaparecimento da civilização dos Maias, sustentou Douglas Kennett, professor de antropologia da Universidade da Pensilvânia, coautor do estudo.

Antes, uma outra seca na região, que durou quase cem anos, entre 1020 e 1100, "confirmou definitivamente o destino dos Maias", apontou o investigador James Baldini, da Universidade de Durham, no Reino Unido.

A seca levou ao esgotamento de recursos agrícolas, à desestabilização do sistema político e a guerras, adiantou.

Em contrapartida, períodos excecionais de chuva, entre 450 e 660 d.C, aumentaram a produtividade agrícola dos Maias, conduzindo a uma forte expansão da população e a uma sobre-exploração de recursos.

Como os Maias registavam os acontecimentos nos textos que gravavam na pedra dos templos, os autores do estudo puderam comparar a reconstrução da história do clima na região onde viviam e as alterações na frequência de guerras, casamentos, ascensões de reis e rainhas ao trono ou capturas de guerreiros de grupos rivais.


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