quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Tire dúvidas sobre a Experiência de quase-morte (EQM)


É possível obter a sensação extracorpórea quando se está no limiar entre a vida e a morte? O túnel relatado por muitos é de facto real?

Qual o perfil das pessoas que passaram por essa experiência? Pode acontecer com qualquer um?

A “EQM” é considerada um efeito místico ou paranormal? Essa experiência pode ser considerada verdadeira ou não passa de fantasia? O que a ciência diz sobre isso? Tire dúvidas sobre a Experiência de quase-morte.

Ela ocorre quando a pessoa está no limiar entre a vida e a morte. O investigador e médico Raymond Moody Jr., cunhou o termo Experiência de quase-morte em 1975, para aqueles que depois de terem sido ressuscitados em decorrência de uma parada cardíaca, relataram sensações extracorpóreas associadas ao plano espiritual.

Relatos sobre EQM ocorrem desde o Egito, a Grécia antiga, China e Japão. Porém, a pioneira nesse estudo foi a psiquiatra Elizabeth Kubler-Ross (1926-2004) que investigou histórias de pacientes que sofreram a EQM quando estavam em campos de concentração na Polónia.

Por mais de vinte anos o cardiologista Pim van Lommel estudou as Experiências de quase-morte (EQMs) em pacientes que sobreviveram a uma parada cardíaca e tiveram que usar o recurso do desfibrilador para serem ressuscitados na UTI. Em 2001, ele e seus colegas publicaram um estudo na renomada revista médica The Lancet.


Concluiu, depois de 13 anos de pesquisa, que a EQM é uma experiência autêntica e não pode ser atribuída à privação, psicose ou imaginação. O seu livro Consciousness Beyond Life (Consciência Além da Vida), traduzido para vários idiomas, recebeu em 2010 o prémio Livro da Rede Médica e Científica.

A Associação Internacional para Estudos de Quase-Morte (EUA) acredita que, independente da religião, cerca de 4,5% da população americana vivenciou essa experiência, baseada numa pesquisa feita 1982 pelo instituto GALLUP (USA).

Desde a década de 70, o número de relatos de EQM está a aumentar. O médico Raymond Moody Jr. estudou 150 casos de pessoas que sofreram uma parada cardíaca, “morreram” por alguns instantes para depois “ressuscitarem”. Ele recolheu os depoimentos que para ele, não eram alucinações:


* Os relatos são muito parecidos entre si e descrevem uma profunda paz.

* Visualizam uma luz brilhante e ficam envolvidas nela. 

* Escutam um forte zumbido, ouvem uma melodia ou o comentário das pessoas que estão a sua volta. 

* Facilidade em subir aos céus.

* Visão de seres de luz muito amorosos (um budista verá Buda e o cristão, Jesus, por exemplo).

* Relatam encontros de entes que já morreram.

* A vida passa por um flashback desde seu nascimento até o instante que “morreu”.

* Ausência de dor e a sensação de grande conforto.

* Relutância em retornar a vida.


Em 1980 o psicólogo Kenneth Ring descreveu as 5 fases da EQM:


1) Sentimento de paz profunda,

2) Sensação de flutuar através do ambiente ou no próprio espaço (sideral),

3) Percorrer o túnel vazio e escuro,

4) Encontrar a luz brilhante no final do túnel,

5) Entrar nessa luz, porém ciente de que se não regressar, irá morrer. 


A experiência não vê distinção de sexo, raça, idade, escolaridade, estado civil e classe social. Ao longo dos anos, os casos investigados foram em sua maioria de pacientes que tinham a saúde mental normal. Estes sofreram paradas cardíacas, acidentes gravíssimos, casos de coma, hipóxia cerebral, epilepsia, AVC, câncer e aids.

A personalidade do paciente passa por uma mudança permanente. A principal característica é a alteração da percepção quanto à valorização da vida. Também diz não temer a morte, torna-se mais compreensivo e solidário.

Os relatos de EQM são diferentes da projeção astral (quando a pessoa tem a sensação de estar fora do corpo), sonhos ou qualquer experiência com alucinógenos. O uso de drogas, medicação ou a anestesia não provocam a EQM, ao contrário, faz com que o paciente se esqueça dela.

Dos 150 relatos analisados pela pesquisa do Dr. Raymond Moddy Jr., apenas 3 descreveram experiências negativas.

Para a ciência, é nula qualquer possibilidade de alguém que, declarado morto, tenha algum tipo de experiência. Ela explica que é fruto da imaginação, produto de fantasia, memória falsa ou princípio de contaminação. Porém, nos últimos 25 anos, médicos e cientistas estão rompendo o silêncio e prosseguindo com as pesquisas.


Ainda não existem resultados que poderiam confirmar a atividade paranormal. A orientação religiosa também não afetou a probabilidade ou a profundidade da EQM. 

Um ateu tem mais chances de passar por essa experiência do que uma pessoa mística ou religiosa. Porém, a maioria dessas pessoas estava convencida de que tinham estado na presença de um supremo e amoroso poder.

A medicina explica todas as sensações da EQM de outra maneira. A visão do túnel descrita em 95% dos casos seria resultado da falta de oxigénio do cérebro que deflagra uma ativação nas células da visão, criando a sensação de escuridão (túnel) e a luminosidade intensa. 

A sensação de abandono do corpo ocorre com certa frequência em pessoas que tiveram o sono privado ou vivenciado momentos de forte stresse. Isso tudo ocorre numa região do cérebro chamado giro angular que é responsável pela orientação espacial.

Os cientistas dizem que essa sensação nada mais é do que uma espécie de artifício do cérebro para se preparar no momento da morte. A sensação de profunda paz é o resultado da liberação das endorfinas.

Quando o médico Pim van Lommel publicou as informações sobre a EQM, revelou que metade dos seus pacientes morreu meses depois da experiência. A ciência entende que as cinco etapas da EQM nada mais são do que uma espécie de deterioração das células, indicando que o cérebro está com problemas.

O Dr. Sam Parnia é um dos maiores especialistas mundiais em estudos científicos sobre a morte, o estado da mente humana e experiências de quase-morte. 

Lidera um estudo académico verdadeiramente inovador, em colaboração com vários centros médicos em todo o mundo, cuja finalidade é descobrir cientificamente o que acontece quando morremos. 

Divide a sua atividade académica entre as pesquisas nos hospitais do reino Unido e a Cornell University, em Nova York. Fundou o Consciousness Research Group, na Universidade de Southampton. Autor de três livros é atualmente um dos maiores investigadores sobre esse tema.

fonte: Terra

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