Descoberta ainda tem que ser confirmada por ADN, mas cientistas dizem que esqueleto tem as mesmas deformidades físicas do rei britânico.
Arqueólogos que buscam pelo túmulo do rei inglês Ricardo III dizem ter descoberto ossos que são consistentes com as deformidades físicas do monarca, que viveu no século XV, bem como as marcas de um homem morto em batalha.
Um grupo de investigadores da Universidade de Leicester afirmou nesta quarta-feira que o esqueleto está debaixo da Igreja de Grey Friars, em Leicester, a 160 quilómetros a norte de Londres, onde relatos da época dizem que Ricardo foi enterrado, após sua morte na Batalha do Campo de Bosworth em 1485.
Richard Buckley, co-diretor de serviços arqueológicos da universidade, disse que os restos são o candidato ideal para serem de Ricardo, embora ainda tenham que ser examinados à procura de ADN que possa ajudar na identificação.
"Não podemos garantir que se trata do rei Ricardo III," disse o chefe de assuntos corporativos da universidade Richard Taylor, em entrevista coletiva à imprensa. "Mas este esqueleto certamente tem as características que pedem um exame mais detalhado".
William Shakespeare descreveu o rei um século após sua morte como "deformado, mal acabado", um monstro que teria assassinado seus sobrinhos na Torre de Londres para ganhar o trono.
A questão da morte dos príncipes é uma polémica histórica. O site oficial da realeza britânica diz que os princípes "desapareceram" enquanto estavam sob a proteção de Ricardo.
Taylor disse que os ossos, que são de um homem adulto, têm vários problemas de coluna que batem com os relatos da aparência do rei.
"Este indivíduo deve ter tido escoliose severa, que é uma forma de curvatura da espinha. Isso teria feito seu ombro direito parecer muito mais alto que seu esquerdo".
Há sinais de trauma no crânio, feitos logo antes da morte, possivelmente feitos por um instrumento com lâmina, e uma ponta de flecha foi encontrada nas suas costas.
O chefe da escola de Arqueologia e História Antiga da Universidade Lin Foxhall concordou que o esqueleto combina com os relatos do período, mas não com o retrato exagerado feito na época Tudor, que o mostrava como um corcunda malvado.
"Este indíviduo era forte e ativo, apesar de seu problema, então é provável que ele tenha morrido em batalha", afirmou.
Ricardo III, o último rei inglês a morrer em batalha, foi enterrado sem uma cerimónia solene pelos franciscanos de Grey Friars.
Há registo de que Henrique VII, o vitorioso da batalha do Campo de Bosworth, encomendou um memorial para o túmulo de Ricardo no coro, na parte leste da igreja, em 1495 e embora outros documentos também apontem para um túmulo em Leicester, a igreja foi destruída quando o rei Henrique VIII aboliu os monastérios e sua localização, esquecida.
Christopher Wren, o arquiteto da Catedral de St. Paul em Londres, visitou a área em 1612 e viu um pilar de pedra num jardim com a inscrição "Aqui jaz o corpo de Ricardo III". Outros relatos dizem que os restos de Ricardo foram escavados e espalhados durante a Reforma.
Buckley, com sua equipa, identificou um possível local através da análise e comparação de mapas atuais e antigos.
Radares foram usados para descobrir os melhores locais para escavação - o resultado foi um estacionamento, pesquisado no mês passado. Com uma semana de trabalho, eles já haviam encontrando paredes grossas e restos de pisos ladrilhados.
Anteriormente, a universidade identificou um descendente direto da irmã mais velha de Ricardo III e obteve uma amostra de ADN para identificar os ossos encontrados no local. "Mas este processo vai ser bem longo," diz Turi King, que lidera a parte de análise genética.
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