segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Cientistas encontram traços de terremotos recentes em fotografias de Marte


Estudando fotografias da superfície de Marte tomadas a bordo da estação MRO (Mars Reconnaissance Orbiter), cientistas descobriram traços de terremotos relativamente recentes. Utilizando uma câmera de alta resolução HiRISE (High Resolution Imaging Science Experiment), Gerald Roberts da Universidade de Londres estudou rochas de dois a 20 metros em tamanho ao longo do sistema de falhas de Cerberus Fossae que atravessa a relativamente jovem planície de lava de alguns milhões de anos de idade.

Algumas dessas pedras rolaram das montanhas abaixo, deixando atrás de si traços característicos no solo granular.

O estudo dessas faixas, assim como da natureza dos deslocamentos causados por sua queda, mostrou que elas caíram em consequência de actividade sísmica e não por outras razões, tais como o derretimento do gelo.

Ao mesmo tempo, o tamanho e a quantidade de pedras caídas foi crescendo à medida que a câmera se aproximava do centro de um círculo de cerca de 100 quilómetros de raio e localizado no meio do sistema de falhas de Cerberus Fossae.

Isso confirma a hipótese de que as pedras foram deslocados por estremecimentos do solo, e sua força diminui à medida que nos afastamos do epicentro do martemoto, diz Roberts.

Uma vez que a área de pedras perturbadas alcança cerca de 200 km em comprimento, os cientistas supõem que a magnitude do sismo foi de cerca de sete unidades.

Os traços deixados pelas pedras sugerem que o martemoto foi relativamente recente, pois o vento teria destruído esses traços rapidamente.

O nível de erosão ventosa em Marte é bastante elevado: os traços deixados em Marte pelos exploradores norte-americanos foram encobertos pela poeira em poucos anos.

Talvez, concluem os cientistas, tais sismos fortes poderiam estar ocorrendo em Marte até hoje.

O factor de actividade sísmica pode ser importante a busca de vida – um terremoto pode indicar a presença de actividade vulcânica, de calor subterrâneo, o que significa que grandes áreas de pergelissolo podem derreter em alguns lugares, criando espaços adequados à vida.


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