Animais encontrados na expedição
Parece Plutomurus
Anurida stereoodorata
A casa de Plutomurus
Insectos primitivos, sem asas e sem olhos, que vivem em total escuridão na gruta mais profunda do mundo, são a mais recente descoberta da bióloga portuguesa Sofia Reboleira.
"A descoberta de vida a semelhante profundidade lança novas luzes sobre a forma como olhamos para a vida na Terra", disse à Lusa a bióloga Sofia Reboleira que, juntamente com Alberto Sendra (do Museu Valenciano de História Natural), descobriu mais quatro novas espécies para a ciência.
São diminutos insectos, desprovidos de asas de olhos, "que vivem na gruta mais profunda do mundo, em total escuridão"e que há milhões de anos desenvolvem mecanismos de adaptação que lhes permitem viver a grandes profundidades.
Os animais, denominados colêmbolos (Arthropoda, Insecta, Collembola), foram descobertos durante os trabalhos bioespeleológicos de Ana Sofia Reboleira, da Universidade de Aveiro, durante a expedição Ibero-Russa do CAVEX Team à "gruta mais profunda do mundo" no verão de 2010.
Trata-se da gruta Krubera-Vorónia, que alcança a profundidade de 2191 metros abaixo do nível do solo.
Localizada na Abcásia, uma área remota perto do Mar Negro, nas montanhas do Cáucaso Ocidental, é a única caverna do mundo que ultrapassa os dois quilómetros de profundidade.
A descoberta foi, na terça-feira, publicada na revista científica Terrestrial Arthropod Reviews, sendo os insectos descritos por Rafael Jordana e Enrique Baquero (Universidade de Navarra, Espanha).
Os animais têm o nome científico Anurida stereoodorata, Deuteraphorura kruberaensis, Schaefferia profundissima e Plutomurus ortobalaganensis e são "a última espécie do animal terrestre mais profundo de sempre, ao ser descoberto à impressionante profundidade de 1980 metros abaixo da entrada da cavidade", explicou a bióloga natural das Caldas da Rainha.
Estes animais cavernícolas vivem, segundo Sofia Reboleira, em "total ausência de luz e com recursos alimentares extremamente escassos" e possuem "adaptações únicas".
São desprovidos de pigmentação, não possuem olhos e "desenvolveram estratégias morfo-fisiológicas que lhes permitem viver a em grandes profundidades, durante milhões de anos", sublinha a bióloga, exemplificando com o caso, de uma das novas espécies que "tem uma espectacular estrutura quimiorrecetora, um tipo de órgão pós-antenal, habitual nos collembolos, mas altamente especializado para a vida subterrânea", conclui
Com esta aumentam para nove as espécies já descobertas por Sofia Reboleira (três escaravelhos e um pseudoescorpião) durante o trabalho de campo realizado em grutas da Serra D'Aires e Candeeiros, do Algarve e do Montejunto.
As descobertas costumam ser financiadas pela Fundação Para a Ciência e Tecnologia, da qual a bióloga é bolseira, mas, desta vez, explica Sofia Reboleira, "foi uma expedição feita nas férias e paga integralmente pelos expedicionários".
fonte: Os Bichos
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