Novo livro revela que ex-presidente já estaria doente quando ocupava a Casa Branca
A polémica instalou-se nos Estados Unidos, a poucos dias da celebração do centenário de Ronald Reagan, um dos mais populares presidentes norte-americanos de todos os tempos. E foi desencadeada pelo filho mais novo do homem que contribuiu para enterrar a Guerra Fria, em parceria com o soviético Mikhail Gorbachev: Ron Reagan, de 53 anos, garante em livro que o pai já sofria da doença de Alzheimer quando ainda ocupava a Casa Branca. Uma versão contrariada pelos médicos do ex-presidente e por Michael, o filho mais velho de Ronald Reagan.
Num livro intitulado My Father at 100 [O Meu Pai aos 100 Anos], Ron levanta sérias suspeitas sobre a condição mental de Ronald Reagan, que em 1981 foi eleito como 40.º presidente dos EUA - o mais idoso de sempre. Em 1994, seis anos após ter deixado a Casa Branca, Reagan revelou numa comovente carta manuscrita aos americanos que sofria da doença de Alzheimer, falecendo dez anos depois, aos 93 anos. Mas Ron revela agora que os primeiros indícios dessa doença foram muito anteriores, remontando a 1984, quando o pai enfrentou o democrata Walter Mondale num debate televisivo para a campanha presidencial desse ano. "Senti-me destroçado ao vê-lo tão cansado e confuso", escreve. Dois anos depois, segundo revela, Ronald Reagan não conseguia lembrar-se dos nomes de paisagens familiares que ia vendo quando ambos sobrevoavam a Califórnia. E em 1989, após ter caído de um cavalo, os médicos do hospital de San Diego ter-lhe-ão detectado lesões no cérebro.
A resposta não tardou, pela boca de Michael Reagan, de 65 anos, meio-irmão de Ron e também autor de um livro recém-surgido, The New Reagan Revolution. Michael acusa Ron de se aproveitar do centenário do pai (que será assinalado a 6 de Fevereiro) para fazer dinheiro com as revelações. Na sua opinião, Ronald Reagan estava na plena posse das faculdades mentais quando deixou a presidência, em Janeiro de 1989. Esta tese é confirmada pelos quatro médicos de Reagan. Um deles, John Hutton Jr, garantiu ao New York Times que os primeiros sintomas ocorreram só em 1993.
Michael e Ron não se falam. A última vez que se viram foi em 2004, ao ser aberto o testamento do pai. O mais velho é de direita e religioso, o mais novo é de esquerda e ateu. A viúva de Ronald Reagan, Nancy, ainda não se pronunciou: tem 89 anos e encontra-se doente. Mas certamente não está nada satisfeita com a polémica.
fonte: DN
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