Um grupo de pesquisadores da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, liderado pelo famoso cientista do Cazaquistão Shoukhrat Mitalipov, conseguiu pela primeira vez fazer correcções do DNA num grande número de embriões humanos monocelulares usando a tecnologia de correcção do genoma CRISPR-Cas9.
Na maioria dos países, a ingerência no genoma de células sexuais e de embriões é proibida.
A Sputnik Internacional conversou sobre a questão com a doutora Sarah Chan, vice-diretora do Instituto Mason de Medicina, Ciências da Vida e Direito da Universidade de Edimburgo.
"Anteriormente já se fizeram correcções de embriões humanos. Acho que qualquer experiência nesta área é um passo em frente para a ciência. A pesquisa que está sendo realizada nos EUA visa realizar correcções que poderão ultrapassar as mutações", disse ela.
Sarah Chan disse que, usando tal tecnologia, no futuro será possível criar pessoas geneticamente modificadas. Em muitos relatórios sobre a parte ética dessa questão se lê que esta modificação genética poderá ajudar a evitar doenças genéticas, que passam de pais para filhos. Por enquanto, esta tecnologia não é aplicada para fins reprodutivos.
"A tecnologia de correcção do material genético já está disponível há muitos anos, desde a decifração da estrutura do DNA. O sistema CRISPR-Cas9 é mais eficaz, usando-o é possível corrigir os genes, sabendo com precisão quais as mudanças que é preciso realizar. E é possível fazer mesmo estas mudanças <…> Por isso, este sistema é revolucionário", disse Chan.
A celeuma em torno de células-tronco e medicina regenerativa provocou um aumento da quantidade de clínicas que propõem vários tipos de terapia cuja segurança não foi comprovada por cientistas. A especialista disse que é preciso fazer tudo para não permitir uma actividade semelhante na área de modificação de genes humanos.
A preocupação das pessoas tem a ver com a possibilidade de, usando a correcção de genoma, ser possível a criação de seres humanos geneticamente modificados.
Segundo a especialista, é preciso proibir a modificação genética de seres humanos, mas não de embriões, para não obstaculizar o desenvolvimento da ciência.
fonte: Sputnik News
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