terça-feira, 4 de julho de 2017

Descoberta inédita: Água tem duas fases líquidas


Uma representação artística das duas fases líquidas descobertas Mattias Karlén

Investigadores da Universidade de Estocolmo descobriram, através de simples raios-X, que, a baixas temperaturas, a água tem duas formas de estado líquido, com diferenças significativas a nível de estrutura e densidade

Ao longo dos tempos, vários estudos analisaram a composição da água nos diversos estados: no estado sólido, a estrutura molecular cristalina é bastante ordenada e simétrica. No entanto, em vapor, a água tende assumir uma forma menos estruturada mas, ainda assim, apresenta duas formas de densidade (alta e baixa).

Até agora, nunca se tinha observado diretamente o comportamento da água em estado líquido, mas uma investigação da Universidade de Estocolmo, na Suécia, apresenta agora as primeiras provas científicas de como a água, em estado líquido, se apresenta sob duas formas com tipos de estrutura e densidade diferentes.

Em colaboração com o Laboratório Nacional de Argonne, em Chicago, os investigadores identificaram na água, através de raios-X, duas estruturas diferentes que, posteriormente, foram estudadas no laboratório DESY, em Hamburgo, que revelou que estas diferenças decorriam de duas fases do estado líquido da água.

Os raios-X mostraram que, num estado "gelado", a água pode transformar-se num líquido viscoso e este, por sua vez, quase imediatmente transformar-se num líquido ainda mais viscoso, correspondente a duas densidades diferentes: alta e baixa.

"A nova característica notável é que descobrimos que a água pode existir como dois líquidos diferentes a baixas temperaturas, onde a cristalização do gelo é lenta", revela Anders Nilsson, professor de Física Química da Universidade de Estocolmo e um dos autores do estudo.

“Em poucas palavras: a água não é um líquido complicado, mas dois líquidos simples com uma relação complexa”, acrescenta Lars Pattersson, que também participou na investigação.

Os investigadores acreditam que o estudo, publicado no jornal Proceedings of the National Academy of Sciences, pode representar uma nova abordagem na compreensão de como a água é afetada pelas diferenças de temperatura.

fonte: Visão

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