Desde 1972 que já se acrescentaram 24 segundos intercalares
Uma reunião de peritos sobre o tempo decidiu adiar nesta quinta-feira a decisão de abandonar os segundos intercalares, que aproximam a hora dos relógios à hora da Terra.
Desde 1972 que têm vindo a ser adicionados segundos intercalares à hora oficial. A 30 de Junho deste ano, no final do dia, vai haver um segundo a mais, por exemplo. Este segundo serve para manter a hora que os relógios dizem para levantar ou deitar, correspondente à altura em que o Sol se levanta ou se Sol põe, todos os dias.
O segundo é a 86400ª parte do dia e até aquele ano era definido pelo tempo médio que durava uma rotação da Terra, medida através de parâmetros astronómicos. Mas a rotação da Terra não é sempre igual e desde aquele ano, que se decidiu definir o segundo a partir do Tempo Atómico Internacional, medido a partir da elemento radioactivo césio, a partir de 200 relógios específicos que estão em laboratórios em todo o mundo.
Apesar do tempo atómico ser muito mais estável, ao longo dos anos a Terra tem tendência atrasar o tempo que demora a dar uma volta sobre si própria. Por isso, se nada se fizesse, lentamente, o tempo que marcava nos relógios iria afastando-se da hora civil – definida pela posição média do Sol no céu, em cada local. A cada século, a Terra iria atrasar-se 15 segundo em relação à hora dos relógios. Ou seja, a civilização poderia acabar por almoçar quando ainda era noite ou jantar quando o Sol estava no alto.
Por isso, desde 1972 para cá, acrescentaram-se 24 segundos aos relógios de todo o mundo para o tempo atómico coincidir com o tempo da Terra. Os computadores de todo o mundo têm que ser manualmente ajustados, o que custa dinheiro e pode aumentar o risco de erros, principalmente nos sistemas de navegação e comunicação.
Os Estados Unidos, acompanhados pela, França, Japão, Itália, México defendiam que o segundo intercalar devia ser abolido, enquanto a Alemanha e o Reino Unido preferiam mantê-lo.
A decisão, que era para ser tomada nesta quinta-feira numa reunião da União Internacional do Tempo, em Genebra onde estiveram representados 70 países, foi adiada porque um grupo de nações que incluem a Nigéria, a Rússia e a Turquia defenderam a necessidade de mais estudos sobre o tema. A decisão vai ficar em suspenso até uma nova reunião em 2015, até lá, o assunto vai continuar a ser estudado.
fonte: Público
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