Uma equipa internacional de arqueólogos encontrou perto de Moscovo um conjunto de utensílios de pesca de grande complexidade técnica com mais de 7.500 anos, cujo estudo poderá revelar mais sobre o papel desta atividade na Europa.
A descoberta foi feita na bacia do rio Dubna, perto de Moscovo, uma zona onde os habitantes mantinham acampamentos estáveis durante todo o ano nos períodos do Mesolítico e Neolítico, noticiou hoje a agência EFE.
O resultado das escavações foi anunciado pelo Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) de Espanha, que lidera a equipa internacional responsável pelos achados.
No projeto participam também o Instituto de História da Cultura Material - Academia de Ciências da Rússia, o Museu Estatal do Hermitage de São Petersburgo, o Museu Estatal de Sergiev Posad, a Universidade Autónoma de Barcelona e o Centro Nacional de Pesquisa Científica da França.
Os aparelhos de pesca são os mais antigos descobertos até hoje na Europa, e o seu estudo poderá lançar luz sobre o papel da pesca entre as populações europeias do início do Holoceno - que viveram há 10 mil anos - especialmente naquelas zonas onde os habitantes não praticaram a agricultura até à Idade do Ferro.
"Até agora, pensava-se que os grupos mesolíticos não tinham acampamentos estáveis, apenas temporários, mas os resultados obtidos nestas escavações apontam que os humanos que aqui habitaram realizaram atividades produtivas ao longo de todo o ano", indicou o investigador do CSIC, Ignacio Clemente, que dirige o projeto.
Segundo o investigador, durante o Neolítico e o Mesolítico, os habitantes da região caçavam no verão e no inverno, pescavam na primavera e início do verão, e recolhiam frutos silvestres no final da época estival e no outono.
Adiantou que os artefactos de pesca encontrados agora revelam uma tecnologia muito desenvolvida dirigida para a prática destas atividades, com cestas feitas de pedaços de madeira e fibras vegetais.
fonte: DN
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