O aquecimento global abrandou recentemente, e isto tem alimentado as visões cépticas quanto às alterações climáticas. Mas um relatório da NASA diz agora que isso é apenas temporário e que as temperaturas vão subir mais nos próximos anos.
O ano passado acabou por ser o nono mais quente desde 1880, o início aproximado dos registos sistemáticos de temperaturas. Em 2011, as temperaturas médias à superfície foram 0,51ºC mais altas do que os valores médios do período base 1951-1980. Além disso, nove dos dez anos mais quentes ocorreram no século XXI, com excepção de 1998, segundo um relatório do Instituto Goddard para Estudos Espaciais, da agência espacial norte-americana (NASA), divulgado esta semana.
Já em Novembro, e com os dados disponíveis na altura, a Organização Meteorológica Mundial tinha revelado que, em 2011, os termómetros estiveram 0,41ºC acima da média de 1961-1990.
Mas ainda que o planeta esteja a ficar mais quente, o aumento das temperaturas abrandou nos últimos três anos. A NASA explica este fenómeno com a influência do "La Niña" - um arrefecimento periódico das águas do Oceano Pacífico que afecta as temperaturas globais - e com o ciclo de radiação do Sol. Na verdade, nos últimos anos tem chegado menos energia do Sol à superfície terrestre, resultando num efeito de arrefecimento.
Acontece que as variáveis estão prestes a mudar, segundo a NASA. “Apesar de os gráficos actuais sugerirem um abrandamento do aquecimento global, este aparente abrandamento poderá desaparecer dentro de alguns anos”, escreve a NASA no relatório. “Em especial precisamos ver de que forma as temperaturas aumentarão em resposta ao próximo fenómeno 'El Niño' [o oposto do 'La Niña'] e ao novo ciclo de radiação solar, que muda a cada dez ou doze anos”, acrescenta o relatório.
Segundo os cálculos da agência norte-americana, “há muitas probabilidades de entrarmos num fenómeno 'El Niño' na segunda metade de 2012, ou o mais tardar dentro de dois ou três anos”. Quanto ao Sol, a sua influência “vai mudar rapidamente para um efeito de aquecimento nos próximos três a cinco anos”.
fonte: Público
Sem comentários:
Enviar um comentário