domingo, 22 de janeiro de 2012

Operação em curso para salvar centenas de golfinhos encalhados em Cape Cod


Centenas de golfinhos estão a dar à costa em Cape Cod, perto de Boston, na costa Leste dos Estados Unidos, desde a semana passada. Dezenas de peritos e voluntários já conseguiram salvar 300 golfinhos encalhados nas águas da baía de Wellfleet, mas o trabalho ainda não acabou.

O arrojamento dos golfinhos na costa a Sul de Boston já dura há sete dias, disse esta manhã ao PÚBLICO o porta-voz do IFAW, Michael Booth, por email. 

Ontem, membros do IFAW (International Fund for Animal Welfare) usaram equipamentos subaquáticos dotados com sonares e embarcações para tentar orientar os golfinhos para fora das águas do porto de Wellfleet. Segundo o jornal The Boston Globe, dois animais morreram pouco depois de terem encalhado nas águas pouco profundas do porto. “Felizmente, com muita ajuda das autoridades portuárias, conseguimos conduzir a maioria para fora do porto”, disse o porta-voz do IFAW, Michael Booth, ao jornal.

Um morador de Wellfleet, Gary Burgess, contou ao jornal Cape Cod Times que ontem de manhã descobriu seis golfinhos perto do rio Herring, presos no lodo. “Conseguiram libertar-se e nadavam para a frente e para trás. Mas não conseguiam sair da baía. Soube, na altura, que não conseguiriam sobreviver, não conseguiriam partir”, disse ao jornal.

Outros cinco animais em situação semelhante, em outro local, foram transportados para um atrelado de um camião do IFAW e levados para o oceano ao largo da praia de Herring Cove, Provincetown, onde foram libertados já de noite. Antes, os peritos verificaram que os animais estavam de boa saúde e colocaram-lhes equipamentos de detecção remota.

Cape Cod é, juntamente com a Nova Zelândia e a Austrália, um dos locais do mundo onde ocorrem mais arrojamentos, principalmente entre Janeiro e Abril. Segundo a responsável pela unidade de resgate de animais marinhos do IFAW, Katie Moore, “a topografia de Cape Cod, com a sua forma de gancho e bancos de areia pode ser um dos factores para explicar este fenómeno. Os animais podem ficar desorientados e encalham nesta complicada rede de bancos de areia. Além disso, os golfinhos são animais muito sociais e permanecem juntos, para o melhor e para o pior”.

O trabalho ainda não acabou. Michael Booth, do IFAW, disse ao PÚBLICO que "ainda existem muitos golfinhos nas proximidades da costa. Por isso, a nossa equipa continua em alerta elevado". O porta-voz do IFAW salientou ainda que estes arrojamentos o surpreenderam. "Desta vez estamos a registar um número anormalmente elevado de animais numa área geográfica ampla e em vários dias consecutivos. Por isso, este é um evento sem precedentes".

fonte: Público

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