O presidente da Câmara de Vilnius não conseguiu resistir e inventou um método radical para os carros mal estacionados
Atribuídos anualmente pela revista humorística Annals of Improbable Research, os IgNobel “honram façanhas que primeiro nos fazem rir e depois pensar”.
Nunca lhe aconteceu ver um carro milionário estacionado em cima do passeio e, à sua volta, lugares com parquímetros livres ou um parque de estacionamento a escassos metros? Confesse que já teve vontade de deixar uma marca visível no veículo para punir o prevaricador... Arturas Zuokas, presidente da Câmara de Vilnius, capital da Lituânia, não conseguiu resistir: inventou um método radical e literalmente arrasador para lidar com o problema. O seu trabalho valeu-lhe esta noite, na Universidade de Harvard, nos EUA, o Prémio IgNobel da Paz 2011.
Dizem os organizadores desta 21ª edição dos Prémios que Zuokas – que esteve presente na cerimónia para receber em pessoa o galardão das mãos de um dos sete “verdadeiros Prémios Nobel” que participavam no evento –, “mostrou que o problema dos carros de luxo estacionados ilegalmente pode ser resolvido esmagando-os com um tanque de guerra”. Os resultados podem ser apreciados aqui.
A maioria dos galardoados são cientistas cujos trabalhos foram publicados em revistas internacionais, mas os temas abordados parecem disparatados – e, por vezes, até são. As demais áreas contempladas foram Medicina, Física, Biologia, Fisiologia, Química, Psicologia, Literatura e Segurança Pública.
Mirjam Tuk, da Universidade de Twente, Holanda, e colegas receberam o IgNobel da Medicina “por terem mostrado que as pessoas tomam decisões mais acertadas acerca de certos tipos de coisas – e decisões menos acertadas acerca de outros tipos de coisas – quando sentem uma forte vontade de urinar”. Os seus resultados foram publicados em Maio, na revista Psychological Science, sob o título “Transbordamento inibidor: O aumento da urgência em urinar facilita o controlo dos impulsos em áreas não relacionadas”.
Um outro IgNobel que merece destaque foi o da Biologia, atribuído a Darryl Gwynne, da Universidade de Toronto, Canadá, e David Rentz, da Universidade James Cook, Austrália, “por terem descoberto que um certo tipo de escaravelho acasala com um certo tipo de garrafa de cerveja australiana”.
As festividades incluíram ainda a interpretação da canção Os elementos, de Tom Lehrer, célebre cantautor e professor de matemática de Harvard nos anos 1960, uma mini-ópera em cinco actos intitulada Um químico no café e um concurso para ganhar um encontro com dos Prémios Nobel presentes.
Pode ver aqui o vídeo da cerimónia, que foi transmitida em directo no site do PÚBLICO e comentada por três cientistas portugueses – Daniel Silva, João Damas e João Relvas.
fonte: Público
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