Estimativa da distribuição dos asteróides antiga (à direita) e nova (à esquerda) (NASA/JPL)
Número de asteróides estimados e encontrados dependente do tamanhoNASA/JPL
São muitos, mas não são assim tantos, e o perigo que representam poderá ser mais remoto do que se pensava, disse a NASA nesta quinta-feira, depois de dar a conhecer uma nova estimativa dos asteróides que existem nas imediações da Terra, os corpos que aniquilaram os dinossauros e de quando em vez fazem estragos ao embater contra o nosso planeta. O estudo foi agora publicado na revista The Astrophysical Journal.
A Agência Espacial Norte Americana revelou ainda que já foram encontrados 93 por cento dos objectos com mais de um quilómetro de diâmetro, e que representam o maior perigo. “O risco de um grande asteróide chocar contra a Terra antes de sermos avisados foi reduzido substancialmente”, disse em comunicado Tim Spahr, director do Centro de Planetas Menores, que pertence ao Centro Smithsonian para Astrofísica de Harvard.
A análise foi feita pelo Wide-field Infrared Survey Explorer, também conhecido por WISE, um telescópio espacial que consegue ler luz infra-vermelha e assim detectar os asteróides através do calor que libertam. A missão, a que se chamou NEOWISE, estimou a existência de cerca de 19.500 asteróides com um tamanho médio. Anteriormente, as estimativas davam conta da existência de 35.000 corpos com o diâmetro entre os 100 e 1000 metros.
Estes corpos podem destruir uma área metropolitana. Embora ainda não se tenham encontrado todos os corpos, calcula-se que o perigo seja mais reduzido do que se pensava. Mais a mais, porque os asteróides maiores são os mais facilmente descobertos. Dos 15.600 corpos com um diâmetro entre os 100 e os 300 metros que foram estimados, só se encontraram dois mil. Mas a percentagem de objectos conhecidos sobe com o tamanho: dos 2400 objectos previstos com 300 a 500 metros encontraram-se 1100 e dos 1500 asteróides com tamanho entre 500 e 1000 metros, já se descobriram 1200.
“O NEOWISE permitiu fazer uma observação de uma fatia mais representativa dos números de asteróides que existem perto da Terra e fazer uma melhor estimativa de toda a população”, disse Amy Mainzer, autora do novo estudo e investigadora principal do projecto, que decorreu no laboratório Jet Propulsion, na Califórnia. “É como um censo à população, onde se olha para um pequeno grupo para tirar conclusões sobre todo o país”, disse em comunicado.
O aparelho observou mais de 100.000 asteróides na cintura de asteróides que se situa entre Marte e Júpiter e olhou para mais 585 objectos perto da Terra para tirar estas conclusões. Esta estimativa considera os asteróides que orbitam a menos de 195 milhões de quilómetros do Sol, um raio que termina entre a Terra e Marte.
Em relação aos grandes objectos, estima-se que existam ao todo 981 asteróides com mais de um quilómetro de diâmetro, menos 19 do que a última estimativa. Dos 981 já foram encontrados 911 e acredita-se que são conhecidos todos os asteróides com cerca de dez quilómetros de diâmetro – a classe de tamanho a que pertence o corpo que embateu na Terra no final do Cretácico e matou os dinossauros. “Nenhum representa um perigo para a humanidade nos próximos séculos”, diz o comunicado.
Em 1998, o Congresso dos Estados Unidos definiu o objectivo para a NASA de detectar mais de 90 por cento dos asteróides com um ou mais quilómetros de diâmetro.
fonte: Público
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