quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Estudo mostra que ser optimista está no cérebro


O cérebro tem uma grande capacidade de ignorar as más notícias

Mesmo perante a forte possibilidade de vários cenários negativos se concretizarem, há muitas pessoas que conseguem encará-los com optimismo e desafiar a lei das probabilidades. Um estudo que acaba de ser publicado Nature Neuroscience veio mostrar que a explicação para este comportamento está no cérebro.

O estudo de um grupo de investigadores da University College London veio demonstrar que o cérebro tem uma grande capacidade de processar boas notícias sobre o futuro. No entanto, há pessoas cujo cérebro tem também a capacidade de ignorar qualquer probabilidade de vir a acontecer algo negativo, retendo apenas as memórias agradáveis.

Os autores do estudo reforçaram que o optimismo tem efeitos positivos na saúde e estimaram que cerca de 80% das pessoas são optimistas, ainda que quando confrontadas com a pergunta digam que não são.

Para a concretização do estudo, os cientistas seleccionaram 14 pessoas a quem atribuíram uma “nota” em termos de optimismo. Os integrantes da amostra foram depois submetidos a uma ressonância magnética funcional, ao mesmo tempo que lhes foi perguntada a probabilidade de 80 eventos positivos e negativos diferentes virem a acontecer nas suas vida - desde um divórcio ou um diagnóstico de cancro. No final do exame, foram confrontadas novamente com as mesmas perguntas para identificar possíveis variações nas respostas.

Os investigadores conseguiram identificar algumas diferenças na actividade cerebral dos “optimistas”, consoante eram confrontados com boas ou más notícias. O coordenador do projecto, Tali Sharot, em declarações à BBC, explicou que os lobos frontais do cérebro estão associados a alguns erros de processamento da informação, sendo que, na amostra de 14 pessoas, quando as notícias eram positivas todos mostraram mais actividade nesta zona. Perante informação negativa, os mais optimistas tinham menos actividade nesta zona, enquanto os “pessimistas” tinham mais.

Esta informação mostra que o cérebro é capaz de escolher aquilo que quer ou não ouvir e que tem uma clara tendência para ser optimista. Daí que Tali Sharot sugira, por exemplo, que campanhas que tentem passar “mensagens como fumar mata, não funcionam porque as pessoas tendem a achar que as probabilidades no seu caso são baixas.

fonte: Público

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