A nuvem de cinzas do vulcão islandês Eyjafjöll, que parou os aeroportos europeus em abril e maio, pode ter gerado mais vida no mar, concluiu uma investigação no Atlântico Norte.
Uma equipa de cientistas está a recolher informação para perceber de que forma a erupção vulcânica afectou a biologia marinha no Atlântico Norte, ao ponto de provocar o florescimento de uma enorme quantidade de algas microscópicas.
A um mês de terminar a segunda expedição na região, os investigadores detectaram "níveis elevados" de ferro nas amostras de sedimentos recolhidas do oceano.
"Verificámos alguns níveis elevados [de ferro dissolvido] entre 20 a 40 metros de profundidade. [Isso] pode ser resultado das cinzas vulcânicas, mas temos de verificar melhor, a uma escala maior", assinalou Eric Achterberg, professor da Universidade de Southampton, no Reino Unido, que lidera a equipa de cientistas, em declarações à BBC.
Os investigadores pretendem certificar-se de que as partículas de ferro contidas na nuvem de cinzas vulcânicas entraram no mar e causaram o aparecimento de uma extensa mancha de minúsculos organismos, conhecidos como fitoplâncton, que têm a capacidade de fazer a fotossíntese (processam o dióxido de carbono e produzem oxigénio).
Para o efeito, estão a recolher amostras de ferro, e de outros nutrientes, das águas e da atmosfera e a monitorizar o crescimento biológico no Atlântico Norte.
A confirmarem-se as suspeitas, o fitoplâncton no Atlântico Norte poderá estar "a processar mais dióxido de carbono do que a quantidade habitual num ano normal", apontou Eric Achterberg.
A equipa de cientistas promete divulgar "dentro de meses" os resultados da investigação.
A expedição, que arrancou, numa primeira fase, na primavera, insere-se num projecto ambiental mais vasto de investigação da eficácia do fitoplâncton na absorção e sequestro de dióxido de carbono em águas profundas.
fonte: JN
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