O misterioso asteroide interestelar foi descoberto em outubro de 2017 © Facebook NASA
O asteroide interestelar Oumuamua, descoberto em outubro de 2017, pode ter origem artificial, admitem investigadores.
É um cometa? Um asteroide? "Pode ser uma sonda totalmente operacional enviada intencionalmente à vizinhança terrestre por uma civilização alienígena", diz uma equipa de astrónomos da Universidade de Harvard. O misterioso objeto foi descoberto em outubro de 2017 por Rob Weryk, do Instituto de Astronomia de Honolulu, no Havai. Foi batizado de Oumuamua, que em havaiano significa "mensageiro de muito longe que chega primeiro".
Inicialmente, o objeto de forma alongada, que se assemelha a um charuto, de cor avermelhada e com 400 metros de comprimento - 10 vezes mais que a sua largura - foi considerado um cometa, posteriormente um asteroide interestelar, mas agora surge a possibilidade de se tratar de uma nave alienígena enviada para investigar a Terra. Esta é a conclusão a que chegou um grupo de investigadores do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, cujo trabalho foi publicado no The Astrophysical Journal Letters.
A inusitada "aceleração excessiva" do objeto é um dos argumentos apontados neste estudo pelos astrónomos para explicar esta nova teoria sobre o misterioso objeto, que saiu do nosso sistema solar em janeiro deste ano. "Considerando uma origem artificial, uma possibilidade é a de que o Oumuamua seja uma espécie de vela solar [nave cujo sistema de propulsão recorre à radiação] flutuando no espaço interestelar como um resíduo de um equipamento tecnológico avançado", lê-se no estudo assinado por Abraham Loeb, professor e presidente de astronomia, e Shmuel Bialy, pós doutorado do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian.
"Não vemos nada assim no nosso sistema solar"
Os cientistas teorizam ainda que a velocidade do Oumuamua e a sua trajetória fora do normal pode estar relacionada com o facto de já não estar operacional.
Certo, é que os cientistas nunca viram nada do género. "Este objeto é de um outro sistema solar, que foi expelido para o espaço interestelar", afirmou Paul Chodas, responsável pelo Centro de Estudos de Objetos Próximos da Terra da NASA. "Não vemos nada assim no nosso sistema solar. Nenhum dos asteroides do nosso sistema solar tem essa forma. É intrigante como obteve esta forma", admitiu o astrónomo em novembro do ano passado.
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