terça-feira, 20 de novembro de 2018

Descoberta estrela "reguila" capaz de gerar uma das maiores explosões do Universo


Investigadores da Universidade de Sheffield consideram que o sistema é "o mais bonito visto até à data."

Uma equipa de astrónomos descobriu um sistema de duas estrelas envolto numa nuvem de poeira em forma de espiral, sugerindo que uma delas está a girar extremamente rápido, podendo desencadear uma das maiores explosões do Universo, foi divulgado esta segunda-feira.

O sistema estelar binário está localizado a cerca de 8 mil anos-luz da Terra e foi detetado por uma equipa internacional de astrónomos, tendo os resultados sido publicados na revista científica Nature Astronomy.


As duas estrelas em causa são da classe 'Wolf-Rayet', consideradas das mais quentes do Universo e que expelem 'ventos' de gás quente, sendo a última etapa da evolução das estrelas com maior massa antes de explodirem como supernovas.

O professor Paul Crowther, do Departamento de Física e Astronomia da Universidade de Sheffield, diz que "é um mistério como a poeira - parecida com a fuligem de uma vela - se forma em condições tão agrestes, mas este sistema recém-descoberto é o mais bonito visto até à data."

A colisão de ventos entre as duas estrelas provoca uma nuvem de poeira estelar que adquire a forma de uma espiral quando as estrelas rodopiam uma na outra.

A equipa de astrónomos descobriu, mediante observações feitas com telescópios no Chile e na Austrália, que o sistema estelar produz ventos cem mil vezes mais rápidos do que um furacão na Terra, assinala em comunicado a universidade britânica de Sheffield.

À TSF, o coordenador da Sociedade Planetária em Portugal, Miguel Gonçalves, explica que estas são "estrelas muitíssimo reguilas".

Têm "grande, grande massa e exibem comportamentos energéticos de libertação massa, explosões, grandes e muito violentas. Numa só explosão podem emitir tanta energia como o Sol em toda a sua vida", exemplifica.

Em relação à Terra, esta estrela poderia ser perigosa, mesmo com uma distância de 8 mil anos-luz em relação à Terra. "A nossa sorte, é que estas estrelas não estão alinhadas com a direção da Terra", nota Miguel Gonçalves.

A explosão de raios-gama, associada a supernovas (explosão de estrelas moribundas), é considerada a explosão mais energética do Universo.

fonte: TSF

Sem comentários:

Enviar um comentário