Uma das equipas de astrónomos que há décadas têm os telescópios apontados ao centro da Via Láctea diz que conseguiu os sinais mais claros alguma vez obtidos acerca da existência de um monstruoso buraco negro no local
A cada 16 anos, a estrela conhecida como S2, da constelação de Sagitário, passa a "rasar" por um objeto misterioso, bem no centro da nossa galáxia, a 26 mil anos luz da Terra, e que pesa qualquer coisa como 4 milhões de sóis. Mas este ano ofereceu uma oportunidade única às equipas de astrónomos que tentam provar a sua existência: durante vários meses, a "pequena" estrela fez a sua maior aproximação ao centro da galáxia, permitindo-lhes analisar melhor o comportamento da gravidade em ambientes extremos e colher pistas significativas sobre esse mega objeto.
Neste caso, foi a equipa que resulta de uma colaboração de investigadores na Alemanha e no Chile, liderada por Reinhard Genzel do Max Planck Institute, a ter "sorte": conseguiu reunir o que classifica como as mais fortes provas até agora de que se trata de um buraco negro supermassivo: a cada 45 minutos, nuvens de gás parecem orbitar o centro galático, dando uma volta completa de cerca de 240 milhões de quilómetros a uma velocidade que corresponde a quase 30% da velocidade da luz. Para os astrofísicos, este comportamento só pode ser explicado com a presença do buraco negro supermassivo.
Na publicação, na semana passada, no Astronomy & Astrophysics, a equipa de Genzel destaca que isto é o mais perto que alguma vez se esteve de observar a zona imediatamente circundante a um buraco negro deste tipo.
Além da convicção acerca da existência deste buraco negro no centro da Via Láctea, os astrónomos acreditam que há buracos supermassivos no centro de todas as grandes galáxias, pelo menos.
A confirmar-se, esta será uma explicação para os violentos e espetaculares fenómenos que são visíveis nos centros das galáxias.
fonte: Revista Visão
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