quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Encontrado túmulo de mulher grávida que viveu há mais de três mil anos no Egipto



As oferendas encontradas no túmulo sugerem que a mulher se dedicava ao fabrico de jóias. Arqueólogos desconfiam que tenha morrido durante o parto.

O túmulo de uma mulher grávida que viveu entre 1750 e 1550 a.C foi descoberto durante uma missão de arqueólogos italianos e americanos, que decorre há mais de uma década no sul do Egipto.

Há 3700 anos, conta o El Mundo, uma mulher, de aproximadamente 25 anos, morreu pouco tempo antes de dar à luz, tendo sido enterrada numa posição contraída e envolta em couro. Dentro do seu esqueleto, foram encontrados os restos mortais do feto. Uma descoberta rara, que foi anunciada esta quarta-feira.

De acordo com as primeiras análises, o feto encontrava-se de cabeça para baixo, o que pode indicar que mãe e filho morreram no momento do parto. Segundo a nota divulgada pelo ministério das antiguidades egípcio, a mulher teria "desalinhamento pélvico, provavelmente resultado de uma fratura que não foi tratada corretamente". Esse problema podia, segundo os especialistas, ter causado complicações no parto e provocado a morte de ambos.

Os restos mortais da mãe e do feto foram encontrados num pequeno cemitério que começou por ser usado por nómadas que se mudaram para o Egipto no período entre 1750 e 1550 a.C.

No túmulo, que se encontrava quase intacto, foram encontrados dois potes de cerâmica (um jarro e uma taça), bem como cascas de ovos de avestruz, que serviriam para fazer um colar, já que apresentavam um pequeno buraco a meio. Para os arqueólogos, isso pode sugerir que a mulher trabalhava no fabrico de joias e que a família quis que os objetos fossem enterrados consigo para honrar a sua memória.

Segundo o diário espanhol, o projeto arqueológico Asuán-Kom Ombo começou em 2005 nas zonas próximas da cidade de Asuán, a 800 quilómetros a sul do Cairo, e tem desvendado informações importantes sobre uma "época histórica crucial", anterior à unificação do Antigo Egipto.

Há dois anos, por exemplo, a missão anunciou a descoberta de um esqueleto de um bebé de dezasseis meses, que será o primeiro caso de escorbuto detetado entre os habitantes do Antigo Egipto.

Recorde-se que recentemente foram encontradas dezenas as múmias de gatos e uma coleção rara de escaravelhos por arqueólogos que faziam escavações na pirâmide de Saqqara, a sul do Cairo.


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