Os caracóis também fazem parte dos invertebrados (Jens Koehler /AFP)
São muitos, estão rodeados de ameaças, mas pouco se sabe sobre eles. É este o retrato deixado por um relatório da Sociedade Zoológica de Londres, divulgado sexta-feira, que alerta para o risco de extinção dos animais invertebrados.
Embora se estime que existem muitos mais, estão descritas cerca de 1,3 milhões de espécies de invertebrados, representando quase 80% de todos os organismos vivos conhecidos no planeta. Mas só 11% da literatura científica sobre o estado das espécies vivas lhes diz respeito. Na prática, pouco mais de 13.000 espécies de invertebrados – 1% do total – foram avaliadas pela Lista Vermelha de espécies ameaçadas, da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Cientistas da Sociedade Zoológica de Londres sistematizaram tudo o que se sabe sobre 12.621 espécies – do microscópico zooplâncton às lulas gigantes – e concluíram que, apesar de haver muitas lacunas de informação, o risco de extinção é muito elevado. O grupo que enfrenta maior risco é o dos invertebrados de água doce, porque são os que estão a ser mais atingidos pelas pressões humanas – infiltrações de pesticidas nos aquíferos, esgotos domésticos e industriais, alteração do pH da água, entre outros factores.
Cerca de 25% das espécies de invertebrados marinhos, segundo a IUCN, estão ameaçadas. Estima-se que existam, no mundo, cerca de 126.000 espécies de organismos vivos que façam da água doce o seu habitat, e que, na sua maioria, sejam invertebrados.
“Os invertebrados tendem a andar fora de vista, logo as pessoas não percebem o quão essenciais eles são”, afirmou Ben Collen, um dos autores do relatório, à BBC. “Todas as flores que vemos à nossa volta, muitas das plantas que comemos são polinizadas por insectos”, acrescentou.
Apesar de não serem tão conhecidos como os mamíferos, os invertebrados têm funções muito importantes nos ecossistemas, por exemplo, filtram águas e reciclam nutrientes.
fonte: Público
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