sábado, 17 de março de 2012

Menor espécie de sapo do Brasil é registada no ES, diz investigadora


O menor sapo do Brasil mede entre entre 7 e 10 milímetros de comprimentro

A DESCOBERTA FOI FEITA NA REGIÃO DE SERRA DAS TORRES, EM ATÍLIO VIVACQUA. ESPÉCIE MEDE ENTRE 7 E 10 MILÍMETROS DE COMPRIMENTRO.

A menor espécie de sapo do Brasil, e segunda do Hemisfério Sul, foi encontrada pela primeira vez no Espírito Santo, na região conhecida como Serra das Torres, em Atílio Vivacqua, no Sul do estado, e registada pela investigadora do Programa de doutorado em Ecologia e Evolução da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Jane de Oliveira.

O animal raro, já visto na Mata Atlântica carioca, fará parte de uma publicação cientifica em abril.

Segundo a investigadora, a espécie mede entre 7 e 10 milímetros de comprimento, ou seja, o sapo caberia com sobra numa moeda de cinco centavos.

“Durante o curso de Mestrado, eu e a minha equipa encontramos uma espécie de anfíbio, o Brachycephalus didactylus, um morador do chão das florestas, que é possivelmente o menor animal vertebrado do Brasil e um dos menores do mundo”, conta.


A visualização destes sapos é muito difícil porque, além de minúsculos, eles têm coloração idêntica às folhas 

Feliz com a descoberta, Jane de Oliveira chama a atenção para a importância do Espírito Santo para a ciência nacional.

“Fazer o registo de uma espécie, com a ecologia ainda praticamente desconhecida para a ciência, no Espírito Santo, mostra o quanto este estado é importante biologicamente. Uma área devastada pode ser sinónimo da perda de dezenas de espécies, desconhecidas neste estado e mesmo para a ciência”, diz a investigadora.

Jane afirma que a espécie era conhecida apenas no Rio de Janeiro. "Este foi o primeiro registo dele fora do estado.

É possível que a espécie exista também em outras localidades do Espírito Santo, porém a visualização destes sapos é muito difícil.

É um animal minúsculo, de coloração idêntica ás folhas mortas caídas no chão da mata, de movimentos lentos e que entra em actividade apenas durante a noite”, diz a investigadora.

Com uma adaptação curiosa entre os anfíbios, a espécie - que também é conhecida como sapo Pulga - sobrevive confortavelmente com a humidade das folhas.

“É um animal com uma adaptação muito interessante. Ele sofreu redução no número de falanges e no número de dedos apresentando apenas o equivalente ao nosso dedo médio. Além disso ele não vive em ambientes com água, como a maioria, para ele basta a umidade existente entre as folhas caídas”, afirma.

fonte: G1

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