Grande actividade vulcânica pode ter libertado excesso da substância no ecossistema
Cientistas já sabem bastante sobre a maior extinção da Terra que aconteceu 250 milhões de anos atrás quando rápidas mudanças climáticas varreram quase todas as espécies marinhas e a maioria das terrestres.
Agora, eles descobriram um novo culpado provavelmente envolvido na destruição: um influxo de mercúrio no ecossistema.
"Ninguém havia pesquisado se o mercúrio era um culpado em potencial. Aquela foi a época da maior actividade vulcânica na Terra e sabemos hoje que a maior fonte de mercúrio vem das erupções", diz Steve Grasby, coautor do artigo publicado no Geology.
"Estimamos que o mercúrio libertado poderia ser 30 vezes mais do que a actividade actual, tornando o evento catastrófico". Grasby é investigador da Natural Resources Canadá e professor da Universidade de Calgary.
Para Benoit Beauchamp, professor de geologia da Universidade de Calgary, o estudo é significativo porque pela primeira vez o mercúrio foi relacionado como causa da extinção massiva no final do período permiano.
Durante o final do permiano, o sistema que regula os oceanos ficou sobrecarregado com o mercúrio contribuindo para a perda de 95% da vida no mar.
"Tipicamente, algas enterram o mercúrio nos sedimentos, reduzindo o efeito nos oceanos", dizem os autores. "mas neste caso, a carga era tão grande que não foi possível conter os danos".
Cerca de 250 milhões de anos atrás, antes dos dinossauros e quando toda a terra formava um grande continente, a maioria da vida nos oceanos e na Terra foi dizimada. A ideia aceita em geral é que erupções vulcânicas ajudaram a libertar CO2 e toxinas mortais.
A deposição de taxas de mercúrio poderia ter sido significativamente mais alta no fim do permiano comparada com a causada pelas emissões de hoje.
Em alguns casos, níveis de mercúrios no oceano no fim do permiano eram similares àquelas encontradas perto de lagoas altamente contaminadas próximas a fundições, onde o sistema aquático é severamente danificado.
"Estamos aumentando os níveis com as emissões industriais. Isso serve de alerta para nós na Terra hoje", dizem os autores.
O estudo também mostra a tenacidade da vida. "É também a história de uma recuperação. Após a sobrecarga do sistema e da destruição da maioria das formas de vida, os oceanos ainda foram capazes de se limpar e começar uma nova fase de vida", dizem os autores.
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