sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Atmosfera de Vénus tem uma camada de ozono


Uma representação da Venus Express (ESA)

Cientistas encontraram uma camada de ozono em Vénus, uma característica que o planeta partilha com a Terra e com Marte. A descoberta foi feita pela Venus Express, uma sonda enviada pela Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês), e pode ajudar a distinguir planetas extra-solares que tenham vida.

O ozono é um gás composto por moléculas com três átomos de oxigénio. Na Terra, na alta atmosfera, a camada de ozono reflecte uma grande parte dos raios ultravioleta provenientes do Sol, que são nocivos para a vida. A camada terrestre foi sendo produzida há 2,4 mil milhões de anos, quando os seres vivos começaram a libertar oxigénio em massa. Em Vénus, os cientistas da ESA pensam que esta camada terá sido produzida de outra forma.

A sonda, lançada em 2005 para investigar a atmosfera venusiana, identificou as moléculas de ozono ao observar uma estrela. O instrumento SPICAV, um espectrómetro que analisa a luz ultravioleta e infravermelha que atravessa a atmosfera do planeta, encontrou estas moléculas porque absorviam os raios ultravioletas que vinham desta estrela distante.

De acordo com os modelos de computador, em Vénus, estas moléculas são criadas quando os raios do Sol partem as moléculas de dióxido de carbono, libertando átomos de oxigénio, estes são puxados para a região do planeta em que é sempre noite e aí podem combinar-se formando moléculas de oxigénio ou de ozono. Este é o mesmo processo que acontece em Marte.

Segundo a ESA, a densidade da camada de ozono em Vénus é entre 0,1 e um por cento da camada na Terra, e situa-se a 100 quilómetros de altitude. Na Terra a camada está a cerca de 25 quilómetros de altitude.

Estas diferenças são importantes para quando os cientistas analisarem a atmosfera de planetas de outros sistemas estelares que possam albergar vida - já que a presença de ozono pode sugerir a existência de oxigénio ou dióxido de carbono, eventualmente produzidos por seres vivos. Segundo as teorias actuais, se os investigadores encontrarem uma camada de ozono na atmosfera de um exo-planeta - associado a outro sistema estelar - é necessário que a sua concentração seja pelo menos a de um quinto da encontrada na Terra para que possa ter sido produzida por seres vivos. Uma concentração menor, poderá indicar uma causa física para a existência de ozono – como acontece em Marte ou, como mostra esta descoberta, em Vénus.

fonte: Público

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