O osso de uma enorme e extinta criatura da Grécia Antiga finalmente terá um paradeiro na Inglaterra.
Conhecido como o osso de Nichoria, o fóssil fazia parte da coxa de um mamífero enorme que viveu no sul da Grécia provavelmente milhões de anos atrás.
O osso foi recolhido pelos gregos antigos e pode ter ajudado a inspirar certos monstros da mitologia grega clássica. Foi redescoberto 40 anos atrás. Desde então, o fóssil desapareceu das vistas do público.
- Acreditava-se que ele estava perdido até 1998. De acordo com meus relatórios, o fóssil foi encontrado armazenado numa cave na Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos.
Depois, passou a última década em vários laboratórios americanos - disse ao "Discovery News" Adrienne Mayor, investigadora de Clássicos e História da Ciência na Universidade de Stanford, nos EUA.
O fóssil foi recebido por curadores no Museu Ashmolean, em Oxford, na Inglaterra.
- Este osso venerado merece ser exibido. Ele é um dos únicos dois fósseis de vertebrados que foram deliberadamente recolhidos na antiguidade e desenterrados por arqueólogos na Grécia - disse Adrienne.
Restos de grandes fósseis de espécies pré-históricas, como o encontrado, podem ter servido de inspiração para a criação de muitos monstros da mitologia clássica, de acordo com a investigadora, que descreveu o fóssil pela primeira vez no livro publicado em 2000, "Os primeiros caçadores de fósseis".
Desvendando as origens de muitos mitos, o livro, cuja edição revista foi publicada este mês, mostrou que fósseis pré-históricos existem em muitos dos lugares onde mitos sobre seres gigantes surgiram.
- O mais provável é que os gregos antigos descobriram o osso nos depósitos da bacia Megalópolis, conhecida na antiguidade como "Campo de batalha dos gigantes".
Lá, a grande concentração de grandes ossos inspiraram a crença de que exércitos inteiros de gigantes foram amaldiçoados pelos raios de Zeus - disse Adrienne.
O osso de Nichoria foi descoberto na acrópole antiga de Nichoria, entre 1969 e 1975, por arqueólogos de Minnesota.
O facto de ter sido cuidadosamente armazenado na acrópole indica que os gregos antigos tinham grande interesse por fósseis.
- O osso nos dá mais certeza de que os gregos antigos encontraram mais espécies e atribuíram significado especial a eles - afirmou Hans-Dieter Sues, cientista sénior e curador de paleontologia de vertebrados do Museu de História Natural, em Washington.
Identificado em 1978 como o fémur de um elefante da época Plioceno, o osso ficou perdido por duas décadas. Redescoberto na Universidade de Minnesota, não foi catalogado até Adrienne reconhecer seu significado.
De acordo com Nikos Solounias, um dos cientistas que participou da identificação do fóssil, a cor escura do osso do fóssil indica que provavelmente ele foi recolhido de depósitos próximo da cidade antiga de Megalópolis.
Levado pelos gregos antigos para a acrópole ensolarada de Nichoria, e desenterrado dois milénios mais tarde, viajou muito na última década até ser identificado.
Agora, ele ficará na Galeria de Antiguidades Gregas e Romanas do Museu Ashmolean, em Oxford.
fonte: O Globo Online
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