FBI pede ajuda para decifrar o código destes manuscritos
FBI pede ajuda aos internautas para decifrarem a chave de duas folhas encriptadas, encontradas junto de um homem morto há mais de dez anos, nos EUA.
É um quebra-cabeças com mais de dez anos. Em 30 de junho de 1999, Rick McCormick, 41 anos, vagabundo e ex-presidiário, foi encontrado morto num campo de milho perto da cidade norte-americana de San Louis (Missouri).
Podia ser uma história banal. Suicídio pela notícia de uma doença grave. Crime entre marginais e sem-abrigo do Missouri. Mas um pequeno pormenor tornou esta morte única, criando um enigma mundial à sua volta.
30 linhas exasperantes
No bolso das calças, Rick McCormick tinha uma mensagem escrita, em duas folhas de papel, que até hoje ninguém decifrou. O FBI meteu-se no assunto. "As mais de 30 linhas codificadas usam uma exasperante variedade de letras, números e parêntesis", referiu fonte do FBI ao jornal "El País".
"McCormick nem sequer terminou os estudos secundários mas sabia ler e escrever e era um rapaz inteligente. Segundo a mãe, usava este tipo de notas encriptadas desde que era miúdo, mas aparentemente ninguém conseguiu decifrá-las", acrescenta a fonte da polícia de investigação norte-americana.
Pela primeira vez o FBI pede ajuda
Em 29 de março passado, o FBI pediu ajuda através da Internet para resolver o enigma. É a primeira vez na sua história que o faz.
A esperança é que entre milhões de internautas algum tenha uma chave secreta. Para progredir nos trabalhos de investigação, os técnicos necessitam de uma luz, novos dados sobre o já apelidado Código de McCormick, como os que permitiram em 1799 compreender os hieróglifos egípcios da Pedra de Roseta.
Nos últimos anos, a Unidade de Análise Criptogáfica e Anti-Fraudes do FBI bem tentou resolver o enigma. Recorreu a técnicas ultrassofisticadas e pediu a colaboração da Associação Americana de Criptogramas. O resultado foi uma enorme frustração.
Dan Olson, chefe da Unidade de Análise, admite ao "El País" que "os procedimentos habituais da técnica de decifração chocaram contra um muro".
Rapaz excêntrico com diário indecifrável?
Perdeu-se o sentido das medidas? Nada destes esforços fazem sentido? Rick McCormick pode ter sido apenas um rapaz excêntrico, que criou um código que só ele entendia para se divertir e escrever o seu diário... indecifrável. O FBI contra-argumenta e diz que ninguém inventa um código secreto para seu próprio prazer mas sim por uma razão útil, com o objetivo de transmitir a sua mensagem a alguém.
Quem tenha uma ideia brilhante, conheça códigos similares ou possua informação sobre Rick McCormick e as suas amizades, pode entrar em contacto com o Laboratório de Análise Criptográfico e Antifraudes do FBI, na Virgínia.
A recompensa é a satisfação única de descobrir algo que nem os mais reputados especialistas da mais famosa polícia de investigação do mundo conseguiram.
O enigma Thomas Jefferson
A cidade de San Louis está ligada, curiosamente, a outro enigma com contornos semelhantes. Em 1820, um tal Thomas Jefferson Beale (o nome de um dos Founding Fathers não é irrelevante) endereçou uma carta, remetida de San Louis e dirigida ao dono de um hotel na Virgínia.
Dentro dela, o mapa de um tesouro. Para o encontrar era preciso decifrar três pergaminhos. A chave de um deles estava na Declaração de Independência dos Estados Unidos. O enigma dos outros dois nunca foi decifrado até hoje.
Edmond Dantés ou Sherlock Holmes?
Será que o Código de McCormick também esconde um tesouro? Leitores do Expresso online: cérebros ao trabalho, já!!! A recompensa pode ser luminosa. Como foi a de Edmond Dantés, mais tarde Conde de Monte Cristo, também presidiário, quando descobriu o tesouro do português Abade de Faria.
Por vezes a realidade não anda longe da ficção. Mas se o desfecho não igualar os romances de Alexandre Dumas, pelo menos o leitor pode contribuir para descobrir as causas da morte de Rick McCormick. Num golpe de asa "à Sherlock Holmes". Como em os "Os Bailarinos", em que o herói de Conan Doyle decifra genialmente uns hieróglifos surpreendentes.
fonte: Expresso
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