domingo, 10 de abril de 2011

Bombardeiro da Segunda Guerra é descoberto intacto na costa da Grã-Bretanha


Para especialista, descoberta de avião quase intacto seria uma das mais importantes da história da aeronáutica


Investigadores temem que mergulhadores roubem peças do avião

A descoberta de um bombardeiro alemão da Segunda Guerra praticamente intacto na região costeira da cidade de Kent, na Grã-Bretanha, deixou especialistas surpresos.

Imagens recém-divulgadas sugerem que o Dornier 17 ainda está intacto e há esperanças de que ele possa vir a ser resgatado e exibido posteriormente.

O avião era chamado de ''lápis voador'', uma aeronave fina e elegante criada originalmente em 1934 para transportar passageiros, mas que no começo da Segunda Guerra Mundial foi convertida num instrumento mortal.

O Dornier 17 foi um dos destaques das frotas de bombardeio da Luftwaffe, a Força Aérea alemã, que começou seu ataque sobre as cidades e os aeroportos britânicos da Força Aérea Real britânica, no verão de 1940, no que ficou conhecido como a Batalha da Grã-Bretanha.


Um total de 1.700 Dorniers foram construídos, mas o avião descoberto próximo a Kent é considerado o último dessa linha.

Segundo Ian Thirsk, responsável pelas coleções do Museu da Força Aérea Real, a descoberta do avião de 16 metros de comprimento e 18 metros de envergadura é uma das ''mais importantes na história da aeronáutica mundial''.

Os destroços do avião afundaram mais de 16 metros no mar e a aeronave virou de cabeça para baixo nas chamadas areaias Goodwin, um célebre banco de areia próximo da costa de Kent, no qual várias embarcações já desapareceram.

O Dornier 17 Z-2, número de série 1160, do esquadrão de número 7, Grupo 3, foi derrubado no dia 26 de agosto de 1940 e fez um pouso de emergência no mar.

Dois membros da tripulação morreram durante a queda da aeronave. Outros dois, inclusive o piloto, sobreviveram e foram feitos prisioneiros de guerra.

No mês passado, uma equipa do porto de Londres dirigiu-se para a área em que o avião teria caído munida de equipamentos ultra-modernos com tecnologia de sonar.

O trabalho dos investigadores confirmou que o avião agora não estava mais coberto pela areia, devido à acção do tempo, ao longo de mais de setenta anos, e por inúmeras correntes marítimas.

''A notícia realmente boa é que agora temos imagens bem claras'', afirmou John Dillon-Leetch, um dos hidrofotógrafos da equipa de investigadores.

''Os destroços estão ali. Ele parece estar intacto e nós teremos mais informações nos próximos dias, ao analisarmos em mais profundidade as informações que temos'', acrescentou.

A BBC teve acesso exclusivo às imagens tridimensionais retratando a aeronave, que impressionam pela sua clareza.

O mais importante é que elas mostram que o avião não sofreu danos graves em sua estrutura. O Dornier está intacto em boa parte, excepto por estragos registados em sua cabine dianteira e em suas janelas.

O plano dos investigadores agora é restaurar a aeronave e colocá-la em exibição no Museu da Força Aérea Real, na cidade britânica de Hendon.

O museu, financiado pelo Ministério da Defesa britânico, está a discutir verbas de organizações de preservação de patrimônio para cobrir os custos.

O trabalho se faz urgente, porque mergulhadores descobriram o local em que os destroços se encontram e caçadores de suvenires já começaram a retirar pedaços do avião. Ao fazê-lo, no entanto, eles arriscam serem processados, já que o avião é propriedade do Ministério da Defesa da Grã-Bretanha.

fonte: BBC Brasil

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