Portugal foi atingido, na semana passada, por "um dos mais intensos" episódios de aerossóis do deserto do Saara da última década, provocando um acentuado decréscimo da visibilidade e o agravamento da qualidade do ar, foi hoje revelado.
"Esta foi uma das maiores plumas de poeiras do deserto da última década, em Portugal. Não a maior, que foi em 2004, mas foi uma das mais intensas", frisou hoje à Agência Lusa Frank Wagner, do Centro de Geofísica de Évora (GCE).
A elevada concentração de aerossóis provenientes do norte de África, do deserto do Saara, foi medida pelo sistema RAMAN LIDAR (Light Detection and Ranging) instalado no CGE, que pertence à Universidade de Évora.
Trata-se de um equipamento único em Portugal, que permite medir o perfil vertical dos aerossóis, e que integra, além de uma rede ibérica, a rede europeia EARLINET (European Aerosol Research LIDAR NETwork).
Os aerossóis são partículas pequenas e sólidas, de composição química diversa, suspensas na atmosfera e que, pela sua grande capacidade associativa, atuam como núcleos de condensação para a formação de nuvens.
As observações feitas através do LIDAR, explicou o investigador alemão Frank Wagner, mostram que "a intensa pluma de poeiras do deserto que chegou a Portugal" se situou "entre a superfície e pouco mais de quatro quilómetros de altitude".
fonte: DN
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