sábado, 9 de abril de 2011

Carro transformado em robot que dispensa condutor


O AtlasCar é, à primeira vista, um veículo ligeiro comum, mas a grande diferença é que pode funcionar sozinho, sem que seja necessário ter um condutor atrás do volante.

Transformado num robot, porque «tem capacidade de percepção e tomada de decisão», foi desenvolvido por uma equipa da Universidade de Aveiro e tem no seu interior uma panóplia de computadores e adaptações tecnológicas que dispensam a condução tradicional.

Em declarações à Lusa, Vítor Santos, professor na Universidade de Aveiro, explicou que o objectivo da equipa que participa na 11.ª edição do Festival Nacional de Robótica em Lisboa «é desenvolver estudos na área da segurança e apoio ao condutor».

«É um veículo que está dotado de sensores e actuadores para fazer a segurança passiva, como alertas e avisos, e activa, no sentido de poder interferir na condução para impedir que os acidentes aconteçam», continuou.

Quanto à possibilidade de transpor as ideias desenvolvidas para a indústria automóvel, Vítor Santos lembra que esta é bastante cautelosa.

«As coisas só vão para o terreno quando estiverem certificadas, firmadas, garantidas, porque um falhanço numa máquina com autonomia desacredita», sublinha.

Estas tecnologias não irão assim entrar todas ao mesmo tempo no mercado. Algumas já entraram, como os sistemas de detecção de colisão iminente, por exemplo, e podem travar um veículo.

O professor realça o atropelamento nas passadeiras como exemplo de uma área em que estas tecnologias podem ser introduzidas.

«Imagine-se que temos sensores que conseguem perceber que há peões que podem atravessar uma passadeira ainda antes do veículo lá ter chegado e, portanto, podem mandar um alerta a avisar que há um peão que pode surgir de trás de um carro», exemplifica.

«Há toda esta capacidade de detecção avançada que os seres humanos não têm capacidade de fazer e colocada a bordo dos veículos vai ser uma mais-valia extraordinária», frisa.

O docente estima que dentro de dois ou três anos a indústria automóvel começará a ter instrumentos legais para poder começar a colocar «muitas destas coisas na estrada».

O Festival Nacional de Robótica, que decorre no Instituto Superior Técnico (IST) até ao próximo domingo, tem como objectivo a promoção da Ciência e da Tecnologia junto dos jovens dos ensinos básico, secundário e superior, bem como do público em geral, através de competições de robôs.

fonte: Sol

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