segunda-feira, 17 de setembro de 2012

NASA estuda fabricar escudos para naves com solo extraterrestre


Conceito de uma nave espacial regressando à Terra usando um escudo de proteção contra o calor da reentrada fabricado em outro planeta.[Imagem: NASA]


Os primeiros protótipos, quando submetidos a uma temperatura de de 2200 ºC, mantiveram o lado protegido a 93 ºC. [Imagem: NASA]

Escudo de regolito

A NASA está estudando a possibilidade de usar solos extraterrestres para construir escudos de reentrada para que os astronautas possam voltar para casa.

Ao adentrar à atmosfera terrestre, as naves ficam sujeitas a temperaturas extremamente elevadas, devido ao atrito com o ar. Para que elas não sejam destruídas como meteoros, essas naves precisam de escudos para protegê-las do calor.

O problema é que esses escudos são pesados, e devem subir junto com a nave, fazer toda a viagem de ida e de volta, o que significa um grande consumo de combustível.

Para Michael Hogue, do Centro Espacial Kennedy, uma saída muito melhor é ir ao espaço sem um escudo de reentrada, o que permitirá usar foguetes menores e consumir menos combustível, ou usar os mesmos foguetes e levar mais carga útil.

Chegando ao destino, os astronautas acionariam uma fábrica automatizada que pegaria o regolito - o solo extraterrestre - e fabricaria um escudo de calor para a viagem de volta.

Regolito é uma camada de material solto e heterogéneo, cobrindo a parte rochosa de um corpo celeste, o que inclui solo, poeira, pedras quebradas e outros materiais correlatos. Embora o termo seja comumente usado em referência ao solo lunar, o regolito está presente também na Terra, em asteroides e em planetas e luas rochosos.

Escala de disponibilidade tecnológica

A ideia está longe de se tornar realidade: a NASA colocou-a no nível 1 da sua "escala de disponibilidade tecnológica", que vai até 9.

Mas as primeiras experiências foram promissores: os protótipos, quando submetidos a uma temperatura de de 2200 ºC, mantiveram o lado protegido a 93 ºC.

Agora os investigadores preparam-se para submetê-los a um arco de plasma que simula as condições reais da reentrada na atmosfera terrestre.

É claro que os protótipos, medindo 5 centímetros de espessura por 10 centímetros de diâmetro, não foram feitos de regolito extraterrestre, mas de misturas terrestres que imitam a composição e a textura da fina poeira lunar.

Para que a ideia chegue ao nível 9, que indica uma tecnologia pronta para uso, será necessário esperar uma missão que vá até o espaço recolher regolito suficiente para fabricar um protótipo em condições realistas.

Além disso, como exigirá o transporte de uma fábrica até a Lua, ou outro corpo celeste onde serão fabricados os escudos, a proposta só faria sentido num cenário de viagens contínuas e periódicas, já que a fábrica certamente pesará mais do que poucos escudos que pudessem ser usados em missões esporádicas.

Aproveitamento de solos extraterrestres

Embora aproveitar solos extraterrestres para fabricar escudos de reentrada na Terra seja uma novidade, o aproveitamento desses solos para outras finalidades é uma ideia antiga - por exemplo, para a construção de habitações ou como escudo de proteção contra a radiação cósmica.

Em 2005, investigadores demonstraram que o betão fabricado na Lua será 45% mais resistente que o  betão terrestre, e seu processo de fabricação não usará água.

fonte: IT

Sem comentários:

Enviar um comentário