Fotografia © Star Trek | Paramount Television
O sistema chama-se 'Scotty', como o engenheiro responsável pelo teletransporte na série 'Star Trek', e envia uma cópia de um objeto para outro local, destruindo o original.
Não é preciso conhecer bem a série Star Trek para já ter ouvido falar da sua máquina de teletransporte, o transporter, ou a icónica frase "Beam me up, Scotty!" que era dita pelos personagens quando precisavam de ser transportados de volta para a nave. Inspirados no funcionamento do transporter da série, investigadores alemães no Instituto Hasso Plattner de Potsdam inventaram um sistema a que chamaram, em homenagem ao engenheiro da Enterprise, Scotty.
O sistema Scotty é parecido com o sistema de teletransporte da série Star Trek porque "desloca" objetos no espaço destruindo-os num local e reconstruindo-os noutro. Funciona com duas impressoras 3D. Numa delas é colocada o objeto original, que vai sendo fotografado à medida que é moído, camada a camada, por uma espécie de lima, até estar completamente destruído. As fotografias servem para criar um modelo do objeto, que é enviado para uma impressora 3D num outro local. Essa impressora cria uma cópia do objeto original, que deixou de existir. Este processo não requer a intervenção do utilizador, que só precisa de escolher o destinatário do objeto e carregar no botão que diz "relocalizar".
A máquina ainda tem, porém, muitas desvantagens relativamente ao transporter da Enterprise. Os objetos têm que ser pintados de preto para que as fotografias de alto contraste consigam gerar um modelo 3D, e a impressora que recebe o modelo só consegue criar objetos de plástico, com pouco pormenor e apenas de uma cor.
A investigação dos cientistas alemães, publicada no âmbito da conferência internacional Tangible, Embedded and Embodied Interaction, ainda tem um longo caminho a percorrer. O método de criar um modelo 3D através de fotografias não é muito eficiente, e a cópia gerada ainda deixa muito a desejar em relação ao objeto original, que deixa de existir. "O sistema Scottyvai ter que ser refinado no que toca a gerar a cópia no local de chegada antes de ser utilizado seriamente por alguém", diz o correspondente do site de tecnologia Gizmodo. "O objeto relocalizado parece uma fotocópia de uma fotocópia".
O jornal britânico The Guardian destaca, porém, que ainda não há muitas aplicações reais para o envio de uma cópia que destrói o original. No entanto, o sistema de envio de modelos encriptados diretamente para uma impressora pode ser útil para empresas que queiram vender bens através de impressoras 3D em casa dos compradores - assim, poderiam certificar-se de que apenas uma cópia do produto seria impressa por compra feita.
fonte: Diário de Noticias
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