Fotografia © Oceana
Um grupo de cientistas descobriu uma nova espécie de esponja cristal em algumas áreas do Mediterrâneo e Atlântico, como as montanhas submarinas de Gorringe, em águas portuguesas.
O trabalho, desenvolvido por investigadores de França, Canadá e Espanha, aponta para a existência da nova espécie de esponja nos desfiladeiros marinhos da Córsega, em montanhas do Mar de Alborán e no Atlântico, nas elevações submarinas chamadas de Banco Gorringe, localizadas a sudoeste de Portugal, a cerca de 200 quilómetros do Cabo de S. Vicente, em Sagres, no Algarve.
Segundo a Oceana, organização internacional de conservação dos oceanos, que também participou na investigação, "Sympagella delauzei é o nome dado a esta nova espécie de esponja cristal (Hexactinélida), que mede entre 8 e 14 centímetros, incluindo o pedúnculo, e se encontra em profundidades entre 350 e 500 metros".
Publicado na revista Journal of the Marine Biological Association do Reino Unido, o trabalho aponta também a possibilidade da existência da "nova esponja" em outras áreas, como o norte de África ou a Macaronésia, e revê a distribuição no Mediterrâneo de cerca de uma dezena de espécies, incluindo algumas com mais de um metro de altura.
Os cientistas acreditavam que o Mediterrâneo não apresentava as condições adequadas à presença de esponjas cristal, espécies que preferem o frio e, por isso, se encontram habitualmente em águas polares ou a grandes profundidades.
No Mediterrâneo, mesmo em zonas mais profundas, as temperaturas da água apenas baixam para os 13 graus centígrados, no entanto, "como demonstra esta descoberta, este mar guarda mesmo muitos segredos e surpresas", salienta a Oceana.
"Estas descobertas, junto com a revisão de espécies de esponjas cristal do Mediterrâneo, indicam-nos que há que ter em conta este mar no momento de proteger as agregações de esponjas", afirmou o diretor de Investigação da Oceana e coautor do estudo, Ricardo Aguilar, citado na informação.
Outros estudos demonstraram que as esponjas cristal são uma fonte muito importante de silício, um dos nutrientes básicos para os oceanos, acrescenta.
O trabalho foi liderado pela especialista Nicole Boury-Esnault e resultou da colaboração entre investigadores do Instituto Mediterrâneo de Biodiversidade e Ecologia Marinha e Costeira de Marselha (França), da Universidade de Victoria em Columbia Britânica (Canadá) e da Oceana.
fonte: Diário de Noticias
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