A maioria dos sapos põe ovos e, embora algumas espécies dêem à luz filhotes de sapo, girinos recém-nascidos são novos para a ciência
Os girinos filhotes têm cerca de 1,5 cm de comprimento
Animal vive nas florestas equatoriais da ilha de Celebes, Indonésia, e pesa cinco a seis gramas.
Na maioria das rãs, a fertilização ocorre fora do corpo da fêmea. Os ovos eclodem, de lá saem girinos que sofrem metamorfoses até se tornarem rãs adultas. Mas há excepções, em duas espécies a fertilização é interna e a fêmea dá à luz pequenas rãzinhas. Noutras duas, que entretanto extintas, as fêmeas engoliam os ovos fertilizados e estes desenvolviam-se no estômago. Estes são alguns exemplos da variedade natural deste grupo de anfíbios.
Agora, pela primeira vez, encontrou-se uma espécie de rã em que a fertilização é interna, mas a fêmea dá à luz girinos. Este animal vive em Celebes, uma ilha da Indonésia que fica imediatamente a leste da ilha de Bornéu, a espécie aparece descrita num artigo desta quarta-feira da revista científica PLOS ONE.
“Quase todas as rãs do mundo – mais de 6000 espécies – têm fertilização externa, onde o macho agarra a fêmea e liberta o esperma ao mesmo tempo que a fêmea liberta os ovos”, explica Jim McGuire, investigador da Universidade de Berkeley, na Califórnia, que encontrou a espécie pela primeira vez em 1998, mas só recentemente descobriu o curioso modo de reprodução. “Mas há muitas modificações esquisitas deste modelo padrão. Esta nova rã está entre dez a 12 espécies que desenvolveram fertilização interna ao longo da evolução, e dessas é a única que dá à luz girinos, e não põem ovos fertilizados ou dá à luz rãs pequeninas”, disse, citado num comunicado daquela universidade.
Numa noite do Verão passado, Jim McGuire passeava-se pela floresta equatorial nesta ilha quando viu e apanhou “aquilo que pensava ser uma rã macho, mas viu-se a fazer malabarismos com dúzias de girinos escorregadios que tinham acabado de nascer”, segundo o comunicado.
A espécie recebeu agora o nome de Limnonectes larvaepartus. Um dos autores do artigo é Djoko Iskandar, um investigador indonésio que descobriu esta rã há algumas décadas. Já se suspeitava que a espécie desse à luz girinos, de cerca de dez milímetros, mas só agora se observou este fenómeno. A rã, que pesa apenas cinco ou seis gramas, parece gostar de dar à luz em pequenas poças de água, longe de ribeiros ou rios, possivelmente para evitar outras espécies de rãs.
fonte: Público
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