quarta-feira, 4 de abril de 2012

Telescópio com um quilómetro quadrado para ver o espaço


África do Sul e Austrália competem pela oportunidade de albergar o mais poderoso telescópio do mundo, batizado 'Square Kilometer Array' (SKA)

O SKA vai ser 50 vezes mais sensível e dez mil vezes mais rápido que qualquer outro telescópio do planeta, segundo o consórcio internacional que o está a desenvolver. O projeto custa dois mil milhões de euros e a construção deverá começar em 2016 (está prevista durar oito anos).

O objetivo é ter mais de três mil antenas de 15 metros de diâmetro que vão ser distribuídas na forma de uma espiral com cinco braços, como se de uma galáxia se tratasse, a partir de um núcleo central. Esses braços estendem-se até três mil quilómetros de distância. Será tão sensível que conseguirá detetar um radar de um aeroporto num planeta a 50 anos luz da terra.


O objetivo é responder a cinco questões. Como é que as galáxias evoluíram e o que é a energia negra? Estamos sozinhos? Como é que foram formados os primeiros buracos negros e as primeiras estrelas? O que é que gera os campos magnéticos gigantes no espaço? Estava Einstein correto no que diz respeito à teoria da relatividade?

Mais de 70 instituições de 20 países estão a trabalhar há vários anos no projeto, que desde o ano passado tem uma sede na cidade britânica de Manchester e sete países como sócios: Austrália, China, Itália, Holanda, Nova Zelândia, África do Sul e Reino Unido.

Os países interessados em albergar o SKA (tem que ser um espaço sem ruído radioelétrico como o das comunicações móveis) não têm direito de voto, pelo que a decisão de qual será o país vencedor será tomada a quatro (Nova Zelândia concorre com a Austrália). A decisão final será tomada ainda este ano.

A luta está de tal forma animada, que já há troca de acusações. Os sul-africanos acusaram os australianos de divulgar informações sobre a deliberação, que deveria decorrer de forma secreta, para aumentar as suas probabilidades. E também de recorrer a truques baratos, depois de Camberra ter usado o argumento da segurança para atingir Pretória, lembrando as elevadas taxas de criminalidade.

fonte: DN

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