sábado, 21 de abril de 2012

18 previsões de Júlio Verne que se tornaram reais

De todos os grandes autores de ficção científica, poucos foram mais precisos e acertaram tanto quanto o escritor francês Júlio Verne ou Jules Verne, seu nome original. Nascido em 1828, ele veio a falecer em 1905 com 77 anos.


Em suas obras, ele foi capaz de prever uma série de inventos, descobertas e tecnologias que só apareceriam de verdade até mais de um século depois. Vamos ver algumas delas:



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Módulos Lunares

Júlio Verne foi capaz de prever as viagens à Lua. Na sua obra Da Terra à Lua, os seus módulos de passageiros eram lançados por um canhão que seria capaz de dar uma velocidade suficiente para vencer a gravidade. Uma ideia que inclusive foi tentada pela NASA para lançar satélites em órbita da Terra. Além disso, Verne descreveu com surpreendente precisão, o que havia de ocorrer em 1969, quando uma nave norte-americana, Apollo 11, alcançaria o solo lunar levando três astronautas. “Esse sítio está situado a 300 toesas sobre o nível do mar e 27º 27’ de latitude norte e 5º e 7’ de longitude oeste, me parece que pela sua natureza árida e rochosa apresenta todas as condições que a experiência exige... Desde aqui lançado deste cabo, nosso projétil voará pelos espaços do mundo solar...” Desta forma, Verne localizou o ponto de lançamento no Estado da Florida (EUA). Essas medidas convertidas ao sistema métrico e decimal revelam com grande precisão o Cabo Canaveral, a base espacial de onde o astronauta Armstrong e seus companheiros foram lançados em direção à Lua. Na 2ª obra, À volta da Lua, o escritor antecede aquilo que seria a Apollo 8, uma cápsula/satélite à volta da Lua.



Noticiários pela TV

No No ano 2889, previu os noticiários das TVs oitenta anos antes dos noticiários regulares televisivos: "Em vez de ser impresso, o Earth Chronicle é todas as manhãs falado para quem o subscreve, onde podemos ouvir interessantes conversas com jornalistas, políticos ou cientistas e conhecer as notícias do dia."



O pouso na água do módulo lunar

A volta do módulo lunar pousando no oceano foi algo também previsto por J. Verne em À volta da Lua, tal qual aconteceu com os módulos idealizados pela NASA. Aliás, na obra, o pouso do módulo ficou a apenas 4 quilómetros do local da amaragem do módulo da Apollo 11 em 1969.



Submarinos Eléctricos

Na sua obra mais famosa, 20000 Léguas Submarinas, o submarino Nautilus era movido à electricidade, algo inimaginável na época, já que os veículos mais modernos da época eram movidos a vapor e o submarino não existia. Foi só em 1886, 16 anos depois da obra, que o Eng. Gustave Zéde construído o Gymnote, o primeiro submarino equipado com motor eléctrico e não movido a ar comprimido ou vapor. O Capitão Nemo diz que "a electricidade é um agente poderoso,obediente, rápido, fácil, que está de acordo com cada uso, e reina a bordo do meu submarino." Além do órgão, sala de jantar formal e de outros luxos, o Nautilus não está assim tão longe dos actuais submarinos.



Escafandro autónomo

Nesta mesma obra, 20000 Léguas Submarinas, J. Verne descreve o escafandro autónomo, no qual um reservatório de ar é ficado às costas com correia, como se fosse uma mochila. O ar era respirável a pressões consideráveis e o escafandrista era livre, sem ter de estar ligado a uma bomba que lhe enviava ar por um tubo de borracha. Em 1943, Jacques Yves-Cousteau inventa o escafandro autónomo com um engenheiro da empresa francesa Air Liquide, Emile Gagnan. Constroem o regulador do escafandro, uma peça que permite debitar o ar à pressão do ambiente; até aí, a regulação das válvulas era manual.



Satélite artificial

Em Os Quinhentos Milhões da Begum, o escritor refere um lançamento de satélite artificial. Mas foi só em 1957, oitenta anos depois da obra, que a União Soviética lança no espaço o primeiro satélite artificial, o Sputnik, que viajou a bordo do foguetão espacial Protão.



Taser

Em 20000 Léguas Submarinas ele também descreve uma arma que lança projéteis carregados com  electricidade estática, que teriam um funcionamento muito parecido com os "tasers" actuais, capazes de paralisar um homem com suas descargas eléctricas:"Quem lhe tocasse receberia um choque que seria mortal, se o Capitão Nemo tivesse lançado nele uma corrente de maior potência."



Velas Solares

Quase 150 anos depois de serem descritas por J. Verne em Da Terra à Lua, as velas solares estão a ser projetadas pela NASA como uma forma de captar energia dos ventos solares. Essa tecnologia é vista hoje como uma das alternativas para as viagens interplanetárias.



Escrita no céu com fumo

Lembre-se que o avião só foi inventado por Santos Dumont em 1906! Pois foi em 1889 que ele imaginou que aviões seriam capazes de escrever propagandas nos céus de modo que populações inteiras poderiam ver: "Graças ao engenhoso sistema, uma parte desta publicidade é difundida de forma totalmente inédita [...] Consiste em imensos cartazes, refletidos nas nuvens, e cuja dimensão é tal que podem ser vistos em toda a região. Nessa galeria, mil projetores estão constantemente ocupados em enviar anúncios incomensuráveis às nuvens, que os reproduziam em cores."



Videoconferência

Tal como nessa foto usada para conectar famílias distantes da Coreia, ele imaginou o "fonotelefoto" no No ano de 2889. Ele errou a época e os detalhes de como o aparelho funcionava, mas certamente foi capaz de pensar algo que só surgiria mais de um século depois de sua época com a empresa Stati Union a estrear o seu video-telefone Bell: "Além de seu telefone, cada repórter tem diante de si uma série de comutadores que permitem estabelecer a comunicação com um telefoto particular. Assim os assinantes não só recebem a narração, mas também as imagens dos acontecimentos, obtidas através da fotografia intensiva."



Avião, mais pesado que o ar

Ainda que os balões aerostásticos já existissem quando Júlio Verne publicou Cinco Semanas em Balão, a sua imaginação também alcançou o espaço aéreo; em Robur, o Conquistador, Verne descreveu um protótipo de veículo voador, o Albatroz, quando expôs sua ideia de empregar uma máquina mais pesada que o ar para navegar pelo espaço aéreo, numa antecipação do avião e do helicóptero dos nossos dias. Em 1903, os irmãos Wright conseguem levantar voo com o seu avião de Kitty Hawk, o primeiro voo com sucesso de uma máquina motorizada mais pesada que o ar. Quatro anos depois, o francês Paul Cornu consegue elevar-se do chão com uma máquina voadora de asa rotativa. Estava inventado o helicóptero.



Adolfo Hitler

No romance Os Quinhentos Milhões da Begum, surge uma profecia polémica. Além de elaborar um panorama do que seria o século XX para as gerações futuras, previu a ascensão do nazismo, na figura de Adolfo Hitler, representado pelo personagem Herr Schultze, um indivíduo que idealizava a destruição da cidade de France-Ville, fundada por um sábio francês em território americano. Dez anos mais tarde, depois da publicação desta novela, nasceu Adolf Hitler (1889-1945). Nesta obra, Verne antecede também aquilo que hoje chamamos de incineração ecológica do lixo.



Bomba nuclear

Não menos polémica foi a tese de que Verne teria descrito a bomba atómica no seu romance: Em frente da bandeira, onde descreveu uma terrível arma, criada por sábio enlouquecido Roch, que consistia num dispositivo auto-propulsivo, carregado de substâncias explosivas, que não se inflama ao se chocar com o alvo. Possuía a capacidade de destruir tudo que estivesse a 10 mil metros quadrados do ponto de impacto.



Tanque de guerra

No romance A Casa a Vapor, Júlio Verne descreveu uma enorme fortaleza móvel que alguns autores comparam ao tanque de guerra inventado em 1908: “Era uma espécie de comboio (Br: trem) que subia as margens do rio Hugli, conduzindo um enorme elefante de aço de 20 pés de altura e 30 de largura”, com as pontas meio enroscada e com a sua tromba no ar. Aquele monstro puxava uma espécie de comboio (Br: trem) composto por dois imensos vagões à prova de bala montados, cada um, sob quatro rodas de grande solidez, com lagartas para poder mover-se em qualquer tipo de terreno.



Cerca eléctrica

No romance O castelo dos Carpatos, Verne descreveu algo semelhante a uma cerca eléctrica. "Nick se vê diante de uma porteira... agarrou-se a uma corrente da ponte elevadiça, subindo por ela até o alto do muro... Naquele momento, ouviu-se um grito... suas mãos agarradas à corrente, rapidamente se liberam e imediatamente ele cai no fundo do poço como se tivesse sido ferido por uma mão invisível...". Também aqui nesta obra Verne descreve algo como um holograma.



Computador

Na obra Paris no Século XX, romance escrito em 1863 e publicado recentemente (1994), Júlio Verne descreveu um computador: “a casa Casmodage possui verdadeiras obras primas; são instrumentos que se assemelham, com efeito, a um grandes piano; pressionando as teclas de um painel, obtinha-se totalmente as somas, as subtrações e as multiplicações...”



Internet

No romance A Ilha de Hélice, Verne descreveu-se o que pode ser comparado com as aplicações de multimédias: contém também um certo número de livros iconográficos; para evitar-se o trabalho de ler, ao apertar um botão, sai a voz de um excelente leitor. Na Ilha de Hélice, Verne faz alusão ao uso da corrente eléctrica para transmissão de dados e informações, vozes e imagens. "A Ilha toma conhecimento das novidades pelas telecomunicações telefónicas com a baía Magdalena, de onde se unem os cabo submarino na profundidade do Pacífico." Vários autores acreditam que essa seja a descrição de uma Internet.



Chegada do homem aos pólos

No romance As viagens e Aventuras do Capitão Hatteras, Verne se preocupava com a chegada do homem aos pólos. A meta da expedição de Hatteras é chegar ao Pólo Norte, porém o navio Forward, não pôde chegar ultrapassar latitude de 83º 35’N. Assim, Verne só difere de alguns quilómetros do lugar onde, 40 anos mais tarde (1909), chegaria o norte-americano Robert Edwin Peary quando atingiu o pólo norte.

Agora, como será que ele conseguiu tanto sucesso nessas previsões? Magia? Sorte? Longe disso! Júlio Verne era extremamente estudioso no desenvolvimento da Ciência e estava sempre muito atualizado com tudo o que estava a ser pesquisado, com as tendências da Ciência e com as novas descobertas. Isso, unido à sua incrível imaginação e seu talento como escritor desenvolvidos no contacto que teve com o teatro e a literatura, fez com que ele fosse um dos escritores mais populares de sua época e, ao mesmo tempo, uma das pessoas mais talentosas que o mundo da ficção científica já conheceu!

Mais de 100 anos após sua morte, suas obras continuam a fascinar muitas pessoas, sejam na forma dos seus livros originais, sejam na forma de filmes baseados nessas histórias.


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