quinta-feira, 10 de março de 2011

Ostras amigas do ambiente


As ostras filtram até 200 litros de água por dia e estão a ser estudadas para diminuir a poluição em Nova Iorque.

Reduzir a poluição das águas do porto de Nova Iorque através da filtração das ostras é uma ideia de Kate Orff, arquitecta paisagista e professora na Universidade de Columbia. Isto porque estes bivalves são filtros naturais; cada um consegue limpar quase 200 litros de água por dia.

Para Pedro Duarte, professor na Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Fernando Pessoa, no Porto, essa limpeza depende do tipo de poluição. «A arquitecta só pode estar a referir-se às partículas de que as ostras se alimentam - fitoplâncton e detritos orgânicos em suspensão na água. Mas não serão assim tão eficazes a remover substâncias tóxicas, embora as possam acumular na sua carne», considera.

As ostras têm esta capacidade de filtrar a água, tal como os mexilhões, e podem ser muito úteis na remoção de bactérias. Por isso, as que são criadas em locais de elevada contaminação microbiológica não devem ser ingeridas. Pedro Duarte alerta para o facto de estes bivalves poderem absorver «metais pesados e diversos tipos de hidrocarbonetos».

A ideia de usar organismos como ferramentas nos processos de depuração tem muitos adeptos, especialmente no âmbito da Engenharia Ecológica. «Quando a massa viva dos organismos é grande, os poluentes podem ser diluídos nessa biomassa, reduzindo-se a sua perigosidade», explica o professor.

A filtração é mais eficaz quando se usa mais do que um organismo. As algas, por exemplo, têm capacidade de filtrar substâncias como a amónia, os nitratos e os fosfatos, «muito abundantes perto das saídas de esgotos, mesmo quando estes são tratados». No entanto, não podem ser usadas para remover bactérias, ao contrário das ostras.

Baleia que limpa

Vincent Callebaut é um arquitecto francês que partilha com Kate Orff a preocupação ambiental. Physalia, um jardim flutuante em forma de baleia, é a sua mais recente criação para atenuar o problema da poluição.

Trata-se de uma estrutura de alumínio coberta por painéis solares que geram energia para as turbinas localizadas no casco da embarcação e que transformam a corrente das águas em energia.

A parte que está em contacto com a água - feita de dióxido de titânio - reage aos raios ultravioletas e transforma os poluentes em moléculas inofensivas, como dióxido de carbono ou mesmo água.

fonte: Sol

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