Abaixo segue um vídeo de uma criança que nasceu com o mesmo raro problema em 2009. Não assista caso seja sensível a conteúdo gráfico.
Um bebê chinês de dois meses está a lutar para sobreviver, pois sofre de um defeito congénito que fez seu coração se desenvolver fora do corpo. Apenas oito em cada um milhão de crianças nascem com esta estranha condição, chamada ectopia cordis, a maioria deles não sobrevive aos primeiros dias.
Cirurgiões chineses estão se preparando para um procedimento delicadíssimo que será a única chance da criança, que recebeu o nome de Xin Xin, se manter viva. Eles primeiro terão de abrir espaço na caixa toráxica do bebé, e depois tentarão mover o coração, do abdómen, para dentro do peito.
Apesar do perigo, esta operação é a única chance para Xin Xin. “De qualquer maneira, as chances de sobrevivência são muito baixas, próximas a zero, se não ocorrer a cirurgia”, disse o pediatra Eliot Rosencranz, da Universidade de Miami, que já operou recém-nascidos que sofriam de ectopia cordis. “As chances são remotas, porque os tecidos expostos infeccionam”. Além dos problemas que poderiam ser causados por bactérias, ainda há a questão da manipulação do órgão. O nosso coração está protegido por ossos e músculos. Se o coração de Xin Xin ficar para fora de seu corpo, “qualquer contacto ou impactos serão fatais para ele”, explicou o médico que cuida de seu caso, Zhang Yuping.
Ectopia cordis acontece geralmente durante a terceira semana de gestação quando o tecido mesenquimal começa a tomar forma de esterno, um osso chato que conecta os dois lados da caixa torácica, sobre o coração. Possivelmente por defeitos cromossómicos, o esterno destes fetos falha na hora de fundir, deixando o coração a desenvolver fora do peito. “Nós não acreditamos quando o médico nos contou que o sinal negro na barriga do nosso filho era o seu coração até que o vimos bater”, disse o pai de Xin Xin, Luo Rongyun.
Os fetos com problemas raros geralmente nascem mortos ou morrem a seguiur após o parto. Xin Xin está vivo mesmo depois de dois mese, então, parece haver esperança em seu caso. Mesmo assim, a cirurgia será muito difícil. “Em casos mais moderados, os ossos do peito, os músculos e a pele podem ser fechados para cobrir o defeito num só passo. Contudo, na maioria das vezes, é preciso fazer em várias etapas. Primeiro, cobre-se o coração com pele e, depois, uma nova operação é feita para mover ossos e músculos”, explicou Rosencranz.
É preciso manter a esperança. Um exemplo de sucesso foi o caso do americano Christopher Wall. Ele passou por 15 cirurgias altamente arriscadas durante seus primeiros 18 meses para tentar colocar seu coração dentro. Apesar do órgão não ter ficado exatamente onde precisava ficar, ele alcançou os 35 anos de idade usando uma placa sobre seu coração. Wall entrou para o Guiness livro dos recordes por ser a pessoa a viver mais tempo com ectopia cordis.
fonte: DN
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