quinta-feira, 17 de março de 2011

Som do sismo no Japão foi gravado no oceano


O registo do sismo por sismógrafos

 O som do sismo que abalou o Japão a 11 de Março foi gravado por plataformas em profundidade no mar perto da costa do país. O Laboratório de Bioacústica Aplicada da Universidade Politécnica da Catalunha, que está a utilizar plataformas submarinas da Agência Japonesa para Ciência e Tecnologia Terra-Mar, registou o som provocado pelo sismo de 9,0 na escala de Richter e de réplicas que abalaram sexta-feira passada o Japão e provocaram um tsunami que matou milhares de pessoas. Pode-se ouvir o som do sismo aqui e das réplicas aqui e aqui.

A equipa de Michel André, do laboratório da Universidade da Catalunha, lidera o projecto internacional Ouvir o Ambiente do Oceano em Profundidade (Listening to the Deep Ocean Environment – LIDO, sigla em inglês). “O projecto LIDO tem como objectivo gravar pela primeira vez sons em tempo real para compreender qual o impacto que os sons artificiais têm no estado de conservação dos ambientes marinhos”, explicou em comunicado Michel André.

A gravação do sismo e das réplicas foi feita em duas plataformas pertencentes à agência japonesa. A plataforma Hatsushima que está a 1174 metros de profundidade, na baia de Sagami, a 40 quilómetros a sul de Tóquio, fez a gravação do sismo e de uma réplica.

O registro do som da outra réplica foi feito pela plataforma de Kushiro, que está a 2500 metros de profundidade e a 140 quilómetros da cidade costeira de Kushiro, no Leste de Hokkaido, a segunda maior ilha do Japão que fica a norte de Honshu – a maior ilha, onde se deu o sismo e o subsequente tsunami.

As duas plataformas estavam em lados opostos em relação ao epicentro do tremor de terra, que ocorreu a 24 quilómetros de profundidade e a 130 quilómetros de distância de Sendai, uma cidade na costa Leste, no Nordeste de Honshu, a 240 quilómetros a nordeste de Tóquio.

As gravações, de menos de um minuto cada, foram colocadas no site listentothedeep.com, que tem gravações submarinas de cetáceos (baleias e golfinhos), navios, experiências geofísicas e sismos. Todas gravadas pelo LIDO.

Para o som do sismo do Japão ser audível pelos ouvidos humanos, os cientistas tiveram que acelerar a gravação 16 vezes. No site, também há um gráfico de cores que acompanha o som do sismo, o vermelho e o amarelo mostram intensidades maiores.

Há várias plataformas em todo o mundo, como no Atlântico e na costa oeste da América do Norte que fazem parte do projecto internacional LIDO para avaliar o impacto dos sons nos ecossistemas marinhos.

fonte: Público

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