domingo, 5 de dezembro de 2010

Um 'site' para revisitar a descoberta de Tutankhamon


Todo o trabalho do arqueólogo Howard Carter está disponível na Internet

Quando se pensa em faraós egípcios, o primeiro nome que vem à cabeça é sempre o de Tutankhamon. Não tanto pela importância histórica do faraó, que morreu bastante jovem, mas antes pela mediatização em torno da descoberta, em 1922, do seu túmulo, pelo inglês Howard Carter.

E 88 anos após a empolgante revelação, o Instituto Griffith, de Oxford, decidiu colocar online todo o material que documenta os dez anos de investigação arqueológica desenvolvida por Carter. Objectivo: fomentar a sua investigação científica.

Agora, à distância de um clique, estão disponíveis todas as fotografias originais de Harry Burton, o fotógrafo que acompanhou Carter nas escavações, e ainda fichas, notas e diagramas do próprio arqueólogo e egiptólogo inglês, com uma transcrição a facilitar a leitura. O site chama-se Tutankhamun: anatomy of an excavation e está disponível em www.griffith.ox.ac.uk/gri/4tut.html. A responsabilidade científica é do egiptólogo checo Jaromir Malek, conservador dos arquivos do Instituto de Griffith, onde estão guardados todos os documentos relativos ao trabalho desenvolvido por Howard Carter.

Desde a célebre máscara de ouro ao minúsculo pedaço de vidro, todos os 5398 objectos estão documentados e disponíveis para todos, desde a comunidade científica aos simples curiosos.

Em Madrid, por ocasião da exposição "Tutankhamon, o Túmulo e os seus Tesouros", em exibição na Casa de Campo (ver caixa), o responsável explicou o objectivo deste projecto. "Os objectos do túmulo foram fotografados, mostrados em inúmeras exposições e catálogos, livros e revistas, mas têm sido muito pouco estudados cientificamente", afirmou ao El País. "Até peças icónicas, como a máscara de ouro, carecem de análises aprofundadas", destacou. Jaromir Malek quantifica mesmo o estado da investigação em torno do túmulo de Tutankhamon: "Oitenta e oito anos depois da sua descoberta , apenas 30% do conteúdo foram estudados cientificamente." Com a disponibilização dos documentos, o egiptólogo espera alterar esta situação. E se Howard Carter levou dez anos a inventariar todos os tesouro do túmulo de Tutankhamon, o Instituto demorou 15 anos para fazer renascer o jovem faraó na Internet.

fonte: DN

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