Descoberta sugere que há mais água do que se pensava na região interna do sistema solar
Investigadores do Instituto de Astrofísica das Canárias (IAC) encontraram uma pequena quantidade de gelo e complexas substâncias orgânicas na superfície do asteróide 65 Cybele, informou o centro científico espanhol.
Citado pela agência de notícias espanhola ‘EFE’, o instituto afirma que a descoberta sugere que há mais água do que se pensava na região interna do sistema solar, o que reforça a teoria de que a água chegou à Terra através do impacto de asteróides e cometas.
O 65 Cybele é o segundo asteroide onde foi detectada água gelada, depois de a mesma equipa ter descoberto o mesmo elemento na superfície do asteroide 24 Themis, no início deste ano.
A presença destes materiais nos dois asteróides sugere ainda que os corpos que estão na região interna do sistema solar (a distâncias menores do que a distância a Júpiter), contêm mais água do que o que se pensava até ao momento.
O IAC explica que a pouco menos de 479 mil milhões de quilómetros da Terra (3,4 unidades astronómicas), o anel de asteróides entre Marte e Júpiter é composto por material que nunca chegou a acumular-se para formar um planeta, devido às perturbações de gravidade que Júpiter exerce sobre essa zona.
Os corpos, asteróides na sua maior parte, têm uma composição muito diversa (desde argilas a minerais, como feldspatos, e a metais, como o ferro e o níquel), à qual se acrescenta ainda água e moléculas orgânicas.
"Do mesmo modo que o 24 Themis, o asteróide 65 Cybele está coberto por uma capa fina e granulada de anídricos misturados com pequenas quantidades de gelo, água e substâncias orgânicas complexas", explicou o investigador do IAC e primeiro autor do estudo, Javier Licandro.
Devido à sua composição, 65 Cybele faz parte da categoria de asteróides primitivos. "As substâncias que o formam não mudaram significativamente desde o início do sistema solar", disse o astrofísico.
Javier Licandro avançou ainda que se descobriu "água em quase todos os corpos existente a partir de Júpiter" e que "o particular desta descoberta é que se encontrou gelo a uma distância relativamente próxima do planeta Terra, cerca de três unidades astronómicas (ou seja, mais de 448 mil milhões de quilómetros)".
fonte: Correio da Manhã
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