Esta tecnologia pode ajudar a salvar espécies
A reprodução em mamíferos deu mais um passo no laboratório depois de cientistas norte-americanos terem conseguido criar ratinhos a partir de material genético de dois pais. A descoberta só foi possível através da utilização de células estaminais.
O artigo com a descrição da descoberta foi publicado esta semana na revista Biology Reproduction. Os autores dizem que esta tecnologia pode ajudar a salvar espécies que tenham poucas fêmeas na população e, também no futuro, pode vir a ajudar a casais do mesmo sexo a ter filhos.
Os cientistas, da Universidade do Texas, utilizaram fibroblastos (células da pele) de um ratinho macho para criar células estaminais pluripotentes – um processo que passa pelo retorno da célula a um estado primário, em que pode dar origem a diferentes tipos de células.
Uma pequena percentagem destas células, nas sucessivas duplicações, perdeu o cromossoma sexual Y que define o sexo masculino nos ratinhos (e também nos humanos) e só é dado pelos pais, e ficou apenas com o cromossoma sexual X.
Raparigas que são rapazes
Apesar de ter usado apenas material genético de machos, a experiência não seria possível se, por um lado, não se usassem embriões doados por fêmeas, e se depois o próprio material genético masculino não originasse um ratinho fêmea.
Primeiro, o conteúdo genético das células do macho só com o cromossoma X foi injectado num embrião. Em seguida, este embrião foi transferido para outra fêmea, onde se deu o resto da gestação.
Os ratinhos que nasceram deste embrião e que tinham o genes do ratinho macho eram funcionalmente fêmeas, por só terem um cromossoma sexual X (normalmente as fêmeas têm dois cromossomas X).. Quando cresceram, estes ratinhos cruzaram-se com ratinhos machos normais. Os seus filhos é que descendem originalmente de dois pais.
O estudo foi liderado por Richard R. Berhringer. Segundo os investigadores, com uma variação desta técnica é possível “produzir espermatozóides a partir de doadoras fêmeas e gerar descendência viável masculina e feminina a partir de duas mães.”
O estudo alertou que uma aplicação destas em seres humanos ainda está longe de acontecer, porque a produção de células estaminais pluripotentes de humanos ainda necessita de muitos refinamentos.
fonte: Público
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