domingo, 11 de julho de 2010

Google continua na China porque se comprometeu a não violar a lei


A China confirmou hoje, domingo, ter renovado a licença do Google para operar no país, na sequência de um braço de ferro relacionado com censura na Internet, explicando que a empresa se comprometeu a não divulgar "conteúdos ilegais".

A empresa, uma das maiores do mundo na área da Internet, anunciou sexta feira que tinha recebido autorização para operar no país mais populoso do mundo, depois de ter concordado em deixar de reorientar automaticamente os utilizadores do Google chinês (Google.cn) para o seu site em Hong Kong, onde não estão sujeitos à censura online das autoridades chinesas.

A companhia começou a desviar os utilizadores para o site em Hong Kong no início do ano, após ter decidido deixar de censurar os resultados nas buscas no Google chinês. O governo chinês gere o mais exaustivo sistema de monitorização e filtragem de conteúdos da net em todo o mundo, bloqueando sites pornográficos e aqueles considerados subversivos pelo regime comunista.

As buscas no Google.cn feitas por utilizadores dentro do país agora requerem um clique extra para que o utilizador seja orientado para o site de Hong Kong. A empresa disse que esta pequena concessão foi suficiente para convencer os reguladores chineses a renovar a licença.

A agência oficial chinesa Xinhua citou hoje um responsável do Ministério da Indústria e da Tecnologia da Informação que confirmou que a licença passada à Beijing Guxiang Information Technology Co. Ltd., que opera o Google China, tinha a duração de um ano.

A Xinhua acrescentou que a empresa Guxiang, na carta que enviou a pedir a renovação da licença, concordou em "respeitar a lei chinesa" e em "assegurar que a companhia não promove conteúdos que violem a lei".

O conflito surgiu em janeiro, quando a Google decidiu terminar uma prática com quatro anos de omitir resultados de buscas que o governo chinês considerasse subversivos ou pornográficos. A Google tomou essa decisão depois de ter culpabilizado piratas informáticos chineses por um ataque destinado a roubar segredos tecnológicos da empresa e informações sobre os e-mails de activistas dos direitos humanos.

A China não é ainda um dos países que mais contribuem para as receitas da Google, contribuindo com 250 a 600 milhões de dólares num total estimado de 28 mil milhões este ano. Mas o número de internautas na China está estimado em 384 milhões, acima dos mais de 200 milhões nos Estados Unidos.


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