quarta-feira, 21 de julho de 2010

Estudo: toupeiras evoluíram para respirar o próprio ar expirado


Segundo investigadores, estudo sobre as toupeiras pode levar a tratamentos contra doenças respiratórias graves

Um estudo da universidade de Manitoba, no Canadá, indica que o sangue de uma espécie de toupeira se adaptou para transportar mais eficientemente o dióxido de carbono. A "super hemoglobina", como chamam os investigadores, possibilita que o animal sobreviva a longos períodos em condições sem luz e com pouco oxigénio. Os cientistas afirmam que a pesquisa pode levar à criação de tratamentos contra males como a doença pulmonar obstrutiva crónica, enfisema e bronquite.

"Ao contrário de animais terrestres, toupeiras são rotineiramente expostas a condições de pouco oxigénio e muito dióxido de carbono. Cavar é difícil em si mesmo, mas o desafio é ainda maior por requerer que se respire o próprio ar expirado", diz o investigador Kevin Campbell em comunicado da universidade.

Segundo o investigador, uma espécie (Scalopus aquaticus) aparenta ter uma adaptação única à vida no subsolo devido à evolução de um tipo especial de hemoglobina que aumenta a capacidade de transporte do dióxido de carbono.

"Foi especulado que o principal mecanismo para a adaptação à vida subterrânea das toupeiras gira em torno da molécula 2,3-difosfoglicerato, ou DPG. Ela modula a ligação de oxigénio da hemoglobina no interior das células do sangue. No entanto, na hemoglobina da toupeira do leste (Scalopus aquaticus), os principais locais nos quais a DPG se vincularia normalmente são eliminados, permitindo assim a ligação de moléculas adicionais de dióxido de carbono", diz o investigador.

"Baixa concentração de oxigênio a altos níveis de dióxido de carbono no sangue são sintomas de risco de vida em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crónica, assim como em enfisemas e bronquites. Nossa pesquisa fornece informações valiosas para o desenvolvimento de novas hemoglobinas por terapia genética", diz Roy Weber, da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, co-autor do estudo.

fonte: Terra

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