Esta terça-feira sete países deram mais um passo para a construção do SKA, o radiotelescópio que será comporto por 2500 antenas espalhadas pela Oceânia e África.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, assinou esta terça-feira em Roma a convenção que cria o Observatório Square Kilometre Array (SKAO), um projecto com participação portuguesa para construir e operar o maior telescópio do mundo. “Trata-se de uma iniciativa intragovernamental cujo objectivo é construir e operar o SKA [Square Kilometre Array] aquele que será o maior radiotelescópio do mundo envolvendo mil investigadores e engenheiros, 270 empresas e centros de investigação e 20 países e com o qual se desenvolverá o estudo das ondas gravitacionais e teste às teorias de Einstein, a compreensão da evolução do Universo, o mapeamento de centenas de milhões de galáxias e a procura de sinais de vida no Universo”, refere um comunicado do ministério da Ciência.
Portugal torna-se assim membro fundador do novo observatório astronómico, juntamente com a África do Sul, Austrália, China, Itália, Holanda e o Reino Unido. “Convidados do Canadá, França, Malta, Nova Zelândia, República da Coreia, Espanha e da Suíça também estiveram presentes para testemunhar a assinatura e reafirmar o seu grande interesse no projecto”, refere-se num comunicado do Observatório SKA, acrescentando-se que estes países estão empenhados em preparar condições para uma futura participação neste projecto. Representantes da Suécia e da Índia também estiveram na cerimónia
O SKA será composto por 2500 antenas e terá capacidade para rastrear mil milhões de galáxias. Até agora, Portugal tem participado no projecto SKA como observador e através da colaboração de instituições académicas e científicas, investigadores e empresas nacionais dos sectores das tecnologias da informação e comunicação, energia e espaço. De acordo com o ministério da Ciência, a convenção assinada esta terça-feira “ganha especial relevância” para Portugal após a aprovação em Conselho de Ministros da criação da Agência Espacial Portuguesa. Um dos objectivos será “impulsionar o panorama espacial europeu e internacional através de uma cooperação internacional, com várias agências e organizações espaciais”.
Em 2016, ficou estabelecida a contribuição de cientistas de sete instituições portuguesas para a construção do telescópio. O coordenador nacional do Engage SKA (roteiro nacional de infra-estruturas de relevância estratégica), Domingos Barbosa, disse na altura que Fernando Camilo seria o líder científico do projecto SKA, na África do Sul, e os restantes portugueses participariam nos consórcios de trabalho da iniciativa internacional que “tem de ter a capacidade de observar, pelo menos, 40% do céu todas as noites”.
Com projectos-piloto definidos para África do Sul e Austrália, o SKA “vai ser a máquina que mais dados irá produzir nos próximos 20 anos, cerca de dez vezes mais dados do que o tráfego de internet mundial hoje”, exemplificou Domingos Barbosa. Especialistas do Instituto de Telecomunicações, das universidades do Porto, Aveiro, Coimbra, Évora e Lisboa, e do Politécnico de Beja fazem parte do projecto que envolve, no total das duas fases, um investimento de cerca de dois mil milhões de euros.
fonte: Publico
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