Os dentes megalodonte, o maior tubarão que já existiu na Terra, descritos como “ferramentas de corte definitivas”, levaram milhões de anos para evoluir para a sua icónica e terrível forma.
O ancestral mais antigo do megalodonte (Otodus oblique), ostentava dentes de três pontas que podia agir rapidamente como uma espécie de garfo, agarrando e arrancando peixes em movimento rápido. Nas espécies posteriores de mega-tubarões, os dentes achataram e desenvolveram bordas serrilhadas, passando a assemelhar-se a uma faca para matar e comer animais de grande porto, como baleias e golfinhos.
Contudo, uma nova investigação, esta semana publicado na revista especializada Journal of Vertebrate Paleontology, revelou que a evolução destes poderosos predadores durou mais de 12 milhões de anos. A equipa de cientistas analisou os dentes do megalodonte e do seu ancestral imediato (Carcharocles chubutensis), traçando a mudança invulgarmente lenta e gradual de um grande dente ladeado por mini-dentes, conhecidos como cúspides laterais, ao dentes sem estas estruturas.
Kristen Grace/ Florida Museum
Os dentes são os únicos fósseis identificáveis de forma confiável de Carcharocles megalodon, espécie extinta de tubarão que viveu há cerca de 23 a 3,6 milhões de anos durante o Mioceno
“Esta transição foi um processo muito longo e demorado, que resultou na ferramenta de corte perfeita: um dente largo e plano com declives uniformes”, explicou o autor principal do estudo, Victor Pérez, do Museu de História Natural da Flórida, nos Estados Unidos. Contudo, adiantou, “ainda não é claro por que motivo este processo continuou durante milhões de anos e por que este recurso acabou por se perder.
Os dentes podem oferecer variadas informações sobre um animal, incluindo pistas sobre a sua idade, o tempo em que viveram, a sua dieta alimentar e até sobre determinadas doenças que sofriam.
Segundo escreveram os cientistas, os dentes do megalodonte sugerem que o seu estilo de caça era, muito provavelmente, uma tática de ataque única, projetada para imobilizar as suas presas e permitir que estas sangrassem, explicou Pérez em comunicado.
“Depois disso, seria simplesmente um desperdício”, sustentou. “Um tubarão não iria querer agarrar e segurar por muito tempo uma baleia, uma vez que baleia poderia atingi-lo e, possivelmente, ferir o tubarão durante o processo”, concluiu.
Os megalodontes eram os “reis” dos antigos oceanos. Estas criaturas massivas, tal como nota a National Geographic, chegavam a atingir os 18 metros de comprimento e a pesar 50 toneladas, ostentantando mandíbulas com mais de 1,80 metros de largura.
fonte: ZAP
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