quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

O Opportunity morreu em Marte. Foram 15 anos à descoberta do planeta vermelho

















Um epitáfio em Marte: "Descansa em paz, Opportunity (2004-2018). Eternas saudades do planeta Terra."

A morte do Opportunity custou a aceitar, mas por fim a NASA deu como terminada a missão do seu tão bem-sucedido rover em Marte.

Na terça-feira os investigadores tentaram contactar pela última vez com o robô, a última de muitas - mais de mil - tentativas. Mas mais uma vez, não houve resposta. Na quarta-feira, foi declarado oficialmente o fim da missão.

"É com um sentimento de gratidão que declaro a missão do Opportunity concluída", anunciou Thomas Zurbuchen, administrador associado do Science Mission Directorate da NASA em conferência de imprensa a partir do Jet Propulsion Laboratory, em Pasadena, Califórnia, onde esta e outras missões à distância são conduzidas. "É um momento emocional", assumiu.

O Opportunity excedeu largamente as expectativas. Estava previsto que a sua missão durasse apenas 90 dias, mas o veículo acabou por percorrer as areias do planeta vermelho durante 5.111 dias marcianos, 15 anos no calendário terráqueo.

Terá sido uma tempestade de areia a ditar o fim do Opportunity. No dia 10 de junho a comunicação com a Terra foi interrompida e o rover esteve desaparecido durante 107 dias.

"É como um ente querido que desapareceu", descrevia na altura o responsável pela missão, John Callas. "Continuamos com esperança que vão aparecer e que estejam saudáveis".

Acabou por se encontrado no chamado Vale da Perseverança, coberto de pó, o que bloqueou a entrada de luz solar nos seus painéis. Sem energia solar, o Opportunity congelou, mas a NASA não perdeu a esperança de o recuperar. "Estamos a torcer por ti!", escreveu no Twitter.

Na sua longa missão em Marte, que o New York Times recorda com um trabalho interativo - O Opportunity percorreu mais de 45 quilómetros, um recorde entre veículos robotizados fora da Terra, parando em todas as crateras que encontrou.

Pelo caminho, o veículo robotizado do tamanho de um carrinho de golfe com seis rodas, sofreu vários sustos, ficou preso numa duna, enfrentou tempestades de areia. Mas conseguiu sempre seguir em frente.

O Opportunity descobriu em Marte gipsita e hematite, minerais que se formam na água, e vestígios de que na cratera Endeavour terá havido no passado água líquida num local com proporções semelhantes às um lago da Terra. Além disso revelou novas informações sobre a atmosfera marciana.

Até Barack Obama prestou uma homenagem no Twitter à missão que surpreendeu todos. "Não fiquem tristes porque acabou, fiquem orgulhosos porque nos ensinou tanto".

Há agora dois robôs em atividade em Marte: o Curiosity, que está a explorar o planeta há mais de seis anos, e o recém-chegado InSight, desde novembro de 2018.
A NASA prepara-se para lançar, em julho de 2020, uma outra sonda, a Mars 2020, que irá à procura de sinais de vida microbiana passada no planeta.

fonte: TSF

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